Polícia Federal indicia ex-ministro e ex-diretor da PRF por uso ilegal da corporação em Eleições de 2022

A Polícia Federal indiciou o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, e o ex-diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques.
A Polícia Federal indiciou o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, e o ex-diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques.

A Polícia Federal (PF) anunciou nesta sexta-feira (16/08/2024), o indiciamento do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques e de quatro policiais federais, por suspeitas de uso ilegal da PRF durante o segundo turno das eleições de 2022. O indiciamento ocorre após investigações que apontam que os acusados teriam dado ordens para que a PRF realizasse operações com o objetivo de dificultar o deslocamento de eleitores no Nordeste, especificamente para prejudicar a votação do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva.

De acordo com as investigações, as operações realizadas pela PRF em 30 de outubro de 2022, dia do segundo turno, visavam impedir que eleitores de Lula chegassem aos locais de votação. O relatório aponta que o efetivo da PRF foi desproporcionalmente maior na Região Nordeste comparado com outras regiões do país. No dia da eleição, foram empregados 795 policiais no Nordeste, em contraste com 230 na Região Norte, 381 no Centro-Oeste, 418 no Sul e 528 na Região Sudeste. Além disso, foram registradas 2.185 paradas de ônibus na Região Nordeste, número significativamente superior aos registrados em outras regiões.

O indiciamento abrange também os policiais Alfredo de Souza Lima Coelho Carrijo, Fernando de Sousa Oliveira, Leo Garrido de Salles Meira e Marília Ferreira de Alencar. Todos estão sendo investigados por crimes previstos no artigo 359-P do Código Penal, que trata de violência política e a tentativa de restringir ou impedir o exercício dos direitos políticos de outros.

A investigação revelou ainda que a ex-assessora de Anderson Torres, Marília Ferreira de Alencar, possuía em seu celular fotos com o mapeamento de municípios onde Lula teve um alto desempenho nas eleições, o que reforça a alegação de que a PRF foi utilizada para fins eleitorais.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a soltura de Silvinei Vasques na semana passada, após quase um ano de prisão, devido ao avanço das investigações. Moraes impôs medidas alternativas, como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de uso de redes sociais. Anderson Torres, por sua vez, ficou preso por quatro meses no início deste ano, no contexto de investigações sobre os atos de 8 de janeiro, quando ocupava o cargo de secretário de Segurança do Distrito Federal.

A defesa de Silvinei Vasques, procurada pela reportagem, argumenta que a conduta do ex-diretor não se enquadra no tipo penal atribuído pela PF e expressou confiança no arquivamento do caso pela Procuradoria Geral da República. A Agência Brasil continua a buscar contato com as defesas de Anderson Torres e dos demais indiciados para obter mais informações.

*Com informações da Agência Brasil.


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