Proposta de convenção da ONU estabelece estrutura legal global contra crimes cibernéticos

O Comitê Ad Hoc da ONU adotou uma proposta histórica para criar uma estrutura legal global contra crimes cibernéticos.
O Comitê Ad Hoc da ONU adotou uma proposta histórica para criar uma estrutura legal global contra crimes cibernéticos.

Um comitê de países-membros das Nações Unidas adotou uma proposta para a criação de uma estrutura legal global contra crimes cibernéticos. O texto da convenção, que abrange temas como o acesso a dados, foi aprovado após semanas de debates e obteve consenso entre os participantes.

Ghada Waly, diretora executiva do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC), destacou a importância do acordo. Ela descreveu o tratado como um avanço significativo, sendo o primeiro tratado multilateral anticrime em mais de 20 anos e a primeira convenção da ONU voltada especificamente para o cibercrime. A crescente ameaça no ciberespaço sublinha a relevância deste documento.

Representantes de países lusófonos, como Brasil, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe, participaram das discussões realizadas na sede da ONU em Nova Iorque. Lourino Chemane, de Moçambique e presidente do Conselho de Administração do Instituto Nacional de Tecnologias de Informação e Comunicação de Moçambique, elogiou o impacto potencial da convenção. Ele enfatizou que a natureza transnacional dos crimes cibernéticos exige cooperação internacional, algo que a convenção busca promover.

Após a adoção pelo Comitê Ad Hoc sobre Crimes Cibernéticos, a proposta será submetida à Assembleia Geral da ONU para votação ainda este ano. A aprovação unânime do acordo é considerada uma conquista importante, estabelecendo pela primeira vez uma estrutura legal global para enfrentar crimes cibernéticos e garantir o acesso a dados.

O tratado contempla a necessidade de mais recursos para países em desenvolvimento, que enfrentam desafios na obtenção de evidências eletrônicas para responsabilizar criminosos. Chemane ressaltou a dificuldade de acesso a dados mantidos por provedores de serviços digitais, que estão predominantemente localizados em países desenvolvidos.

Embora a proposta tenha sido bem recebida, algumas organizações de direitos humanos e empresas de tecnologia expressaram preocupações. Críticas focaram em questões sobre a investigação e o respeito aos direitos humanos no contexto do cibercrime.

*Com informações da ONU News.


Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe to get the latest posts sent to your email.

Facebook
Threads
WhatsApp
Twitter
LinkedIn

Deixe um comentário

Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading

Privacidade e Cookies: O Jornal Grande Bahia usa cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso deles. Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte: Política de Cookies.