Agroindústria de frutas impulsiona transformação social e econômica em Cícero Dantas

Mulheres da Associação de Beneficiamento de Caju em Cícero Dantas aprimoram produção com apoio de requalificação industrial, gerando impacto significativo na economia local.
Mulheres da Associação de Beneficiamento de Caju em Cícero Dantas aprimoram produção com apoio de requalificação industrial, gerando impacto significativo na economia local.

Na zona rural de Cícero Dantas, Bahia, um projeto de requalificação agroindustrial está alterando a realidade das famílias locais, especialmente das mulheres da Associação de Beneficiamento de Caju do Povoado Campinas de Castro e região circunvizinha (Abec). Antes restritas a uma cozinha simples e sem estrutura, essas agricultoras agora contam com uma agroindústria requalificada, que promete não apenas melhorar suas condições de trabalho, mas também impactar positivamente a economia da comunidade.

A requalificação da unidade de beneficiamento de frutas, promovida pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), proporcionou às agricultoras uma estrutura moderna e adequada para a produção em maior escala. Equipamentos novos e a assistência técnica fornecida pela Associação Regional de Convivência Apropriada ao Semiárido (ARCAS), parceira da CAR, foram essenciais para esse avanço.

Segundo Josélia Aureliana, presidente da Abec, a transformação da agroindústria trouxe mudanças significativas. Ela relata que, anteriormente, a produção de doces era realizada em condições limitadas, dentro de uma pequena cozinha. Com a requalificação, o espaço foi ampliado e modernizado, possibilitando um aumento na expectativa de melhoria financeira para as famílias envolvidas, além de permitir a compra de matéria-prima na própria comunidade.

Além das melhorias físicas, as agricultoras receberam capacitação em boas práticas de fabricação, o que permitiu a ampliação do portfólio de produtos. Agora, além do tradicional doce de caju, a associação produz geleias, licores e outros derivados de frutas como goiaba, acerola, manga e maracujá. A produção média alcança cerca de mil quilos de doces a cada dois meses, que são vendidos em feiras locais e regionais.

Maria Angélica Pires, integrante da Abec, destacou a importância da capacitação e da requalificação para o aumento da produção e da renda das associadas. Com a diversificação dos produtos e a ampliação do mercado, os produtos da Abec estão ganhando reconhecimento e aceitação, especialmente nas feiras de agricultura familiar.

O impacto positivo não se restringe apenas à produção. A seleção da Abec no edital CAR 002/2024, que apoia a gestão qualificada de agroindústrias familiares ativas, trouxe novas perspectivas para o futuro da associação. O edital é voltado para organizações que já iniciaram suas operações no mercado, mas que ainda necessitam de suporte para se consolidarem. O apoio recebido permitirá a melhoria nas práticas de gestão, o aumento da produtividade e a conquista de novos mercados, contribuindo para o fortalecimento da economia local.

Maria Angélica expressou otimismo em relação ao futuro da associação, ressaltando o desejo de expandir a produção, melhorar as embalagens e, consequentemente, aumentar a comercialização dos produtos. Esse avanço representa uma nova fase na vida dessas agricultoras, que passaram a ver o caju, antes apenas uma fruta comum, como símbolo de transformação social e econômica.


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