Brasil precisa de mão de obra qualificada para atender a demanda do hidrogênio verde, diz pesquisa

Pesquisa realizada pelo SENAI, em parceria com o projeto H2Brasil, destaca a falta de profissionais qualificados em todos os níveis.
Pesquisa realizada pelo SENAI, em parceria com o projeto H2Brasil, destaca a falta de profissionais qualificados em todos os níveis.

A expansão da produção de hidrogênio verde no Brasil, considerada uma das principais tecnologias na transição energética, exige o fortalecimento técnico da mão de obra no país. Segundo pesquisa do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), em parceria com o projeto H2Brasil, a capacitação dos trabalhadores é essencial para que o Brasil possa aproveitar plenamente as oportunidades geradas por essa nova tecnologia. O estudo foi realizado por meio de entrevistas com especialistas, que destacaram a necessidade de formação especializada para a implantação de plantas de hidrogênio verde e o sucesso da transição energética no Brasil. O setor demanda trabalhadores com diferentes níveis de qualificação, e a falta de mão de obra pode ser um obstáculo para o crescimento e inovação nessa área.

A pesquisa identificou um déficit significativo de profissionais em todos os níveis de qualificação. No nível mais básico, que envolve trabalhadores semiqualificados e não qualificados, a demanda adicional estimada é de 2,2 mil profissionais. No nível médio, que inclui técnicos e trabalhadores qualificados, a necessidade é ainda maior, superando 2,8 mil novos profissionais. Já no nível superior, que abrange cientistas e engenheiros, a demanda é menor, mas crucial, concentrada em universidades e centros de pesquisa.

O SENAI tem buscado reduzir essa lacuna por meio de iniciativas como a criação da primeira pós-graduação em hidrogênio verde no Brasil, oferecida pela UniSENAI.digital. Além disso, o Centro de Excelência do Rio Grande do Norte e cinco laboratórios regionais voltados para a educação profissional e superior devem contribuir para a formação de trabalhadores e o fortalecimento do Brasil como potência mundial na produção de hidrogênio verde.

A pesquisa também destacou que o sucesso do setor dependerá do suporte de políticas públicas e da cooperação internacional. Com um ambiente regulatório adequado e a participação ativa de instituições de ensino e pesquisa, o Brasil tem condições de se consolidar como um dos líderes globais na transição energética baseada no hidrogênio verde. Essa nova tecnologia representa uma oportunidade para o país inovar e crescer, ao mesmo tempo em que reduz sua dependência de fontes energéticas tradicionais e melhora sua posição no cenário mundial de energias renováveis.

O hidrogênio verde é visto como uma solução promissora para a transição energética global, por ser uma fonte de energia limpa e eficiente. No Brasil, o potencial para a produção desse combustível é vasto, devido à disponibilidade de recursos naturais, como água e energia solar, que são fundamentais para a geração do hidrogênio verde. A expansão do setor no país pode contribuir significativamente para a redução das emissões de gases de efeito estufa, colocando o Brasil em posição de destaque nas discussões sobre mudanças climáticas e sustentabilidade.

A pesquisa ressalta, porém, que o avanço nessa área só será possível com a qualificação adequada da mão de obra, o que exigirá um esforço conjunto entre o setor privado, governo e instituições de ensino. A falta de profissionais qualificados pode comprometer o ritmo de crescimento do setor de hidrogênio verde no Brasil, o que torna urgente a criação de políticas e programas de educação e treinamento voltados para essa nova demanda.


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