O ex-sargento da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Élcio Queiroz, prestou depoimento nesta sexta-feira (30/08/2024) na ação penal conduzida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que investiga o assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, ocorrido em 2018. Élcio, que dirigiu o veículo utilizado pelo ex-policial Ronnie Lessa, réu confesso do crime, alegou ter sido enganado por Lessa e afirmou ter sido inserido em uma “rede de mentiras” sem conhecimento prévio sobre a verdadeira natureza do crime.
Durante seu depoimento, Élcio Queiroz revelou que foi convocado por Ronnie Lessa para dirigir o carro sem saber que a missão envolvia o assassinato de Marielle Franco. Ele afirmou que nunca tinha ouvido falar da vereadora antes do incidente e expressou sua indignação por ter sido usado de forma enganosa.
“Acho que ele [Ronnie] foi desleal comigo e me enganou. Fui envolvido numa rede de mentira. Ele me usou”, disse Élcio.
Apesar da alegação de deslealdade, Élcio Queiroz afirmou que manteve a amizade com Lessa após o crime, embora tenha se sentido decepcionado por não ter sido informado sobre o homicídio. Ele também forneceu detalhes sobre os momentos que precederam o assassinato, incluindo um alerta que fez a Lessa sobre a presença de Anderson Gomes e da assessora de Marielle, Fernanda Chaves, no veículo. Élcio expressou preocupação de que pessoas inocentes poderiam ser atingidas durante o ataque, mas Ronnie Lessa optou por utilizar a submetralhadora HK de forma intensa. Fernanda Chaves sobreviveu ao ataque.
O processo inclui como réus o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão, seu irmão Chiquinho Brazão, deputado federal (sem Partido-RJ), o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa e o major da Polícia Militar Ronald Paulo de Alves Pereira. Todos enfrentam acusações de homicídio e organização criminosa e encontram-se detidos.
A ação penal contará com o depoimento de aproximadamente 70 testemunhas, enquanto os depoimentos dos réus estão previstos para ocorrer apenas ao final do processo. Nesta semana, Ronnie Lessa também prestou depoimento e revelou ter sido informado antecipadamente sobre a operação da Polícia Civil que resultou em sua prisão. Lessa afirmou que o assassinato de Marielle Franco foi planejado para evitar a percepção de um crime político e impedir a intervenção da Polícia Federal.
*Com informações da Agência Brasil.
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