Massa salarial dos trabalhadores alcança recorde em agosto de 2024, segundo IBGE

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística destaca aumento significativo na massa de rendimento e na população ocupada no Brasil.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística destaca aumento significativo na massa de rendimento e na população ocupada no Brasil.

A massa de rendimento real dos trabalhadores brasileiros atingiu R$ 326,2 bilhões no trimestre encerrado em agosto de 2024, conforme os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (27/09/2024). Este valor representa o maior volume registrado desde o início da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, em 2012. Em comparação ao trimestre anterior, que se encerrou em maio deste ano, houve um crescimento de 1,7%, resultando em um aumento de R$ 5,5 bilhões. A comparação anual revela um crescimento de 8,3%, equivalente a R$ 24,9 bilhões.

O rendimento real habitual médio dos trabalhadores também apresentou resultados positivos, alcançando R$ 3.228 no trimestre em questão. Esse valor representa uma variação de 0,6% em relação ao trimestre anterior, o que é considerado estatisticamente estável, e um crescimento de 5,1% em comparação ao mesmo período do ano anterior.

O aumento da massa salarial é atribuído ao recorde de ocupação no país, que chegou a 102,5 milhões de trabalhadores empregados em agosto. A coordenadora da pesquisa, Adriana Beringuy, destacou que a população ocupada está em crescimento contínuo. Embora a variação no rendimento tenha sido positiva, ela não atingiu um nível estatisticamente significativo. No entanto, a soma do rendimento de todos os trabalhadores resulta em uma massa de rendimento crescente.

O nível de ocupação da população, que representa o percentual de trabalhadores em relação ao total de pessoas em idade ativa, alcançou 58,1%. Esse valor está próximo do recorde de 58,5%, registrado nos trimestres que se encerraram em novembro e dezembro de 2013. Beringuy comentou que a população ocupada cresce a uma taxa superior à da população em idade de trabalhar, evidenciando um mercado de trabalho aquecido e a geração de empregos suficientes para atender ao crescimento populacional.

No trimestre encerrado em agosto, foi observada a menor taxa de desemprego desde janeiro de 2015, com um índice de 6,6%. O crescimento da população ocupada e a redução no número de desempregados explicam a queda na taxa de desemprego.

Analisando os dados por setor, dos dez segmentos econômicos pesquisados pelo IBGE, sete apresentaram aumento na geração de empregos em comparação ao trimestre encerrado em agosto de 2023. As áreas que destacaram-se foram a indústria, com crescimento de 4,2%, o comércio, com 2,6%, e a construção, com 5,2%. O setor de transporte e armazenamento apresentou um aumento de 6%, enquanto a informação e comunicação cresceu 5,7%. A administração pública, saúde e educação tiveram um incremento de 3,4%, e outros serviços cresceram 5,6%. Apenas o setor agrícola registrou uma perda de 4,2% na população ocupada.

Por outro lado, o número de trabalhadores informais no Brasil também alcançou um recorde no trimestre encerrado em agosto, com 39,83 milhões de pessoas. Este número representa um aumento de 1,8% em relação ao trimestre anterior. A informalidade abrange empregados do setor privado e domésticos sem carteira assinada, empregadores sem registro no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e trabalhadores familiares auxiliares. O crescimento da informalidade superou o aumento médio da população ocupada, que foi de 1,2%. Os empregos sem carteira assinada no setor privado tiveram um crescimento de 4,1%, enquanto a quantidade de trabalhadores com carteira assinada aumentou apenas 0,8% no período.

A população subutilizada, que inclui os desempregados e aqueles que trabalham menos horas do que poderiam, chegou a 18,5 milhões, representando a menor cifra desde o trimestre encerrado em junho de 2015, quando o número foi de 18,2 milhões. Essa redução representa quedas de 4,7% em relação ao trimestre anterior e de 8,5% em comparação ao ano.

Além disso, a população desalentada, composta por aqueles que desejam trabalhar mas não buscam emprego por diversas razões, totalizou 3,1 milhões, o menor número desde o trimestre encerrado em maio de 2016, quando foram registrados 3 milhões. A queda nesse grupo foi de 5,9% no trimestre e de 12,4% em comparação ao ano anterior.

Brasil gerou mais de 235 mil novos postos de trabalho em agosto

O Brasil registrou a criação de 232.513 postos de trabalho com carteira assinada no mês de agosto de 2024, o que representa um aumento de 0,49% em relação ao mês anterior. O acumulado do ano, no período de janeiro a agosto, alcançou 1.726.489 novas vagas. Os dados foram divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego por meio do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) na última sexta-feira (27). Ao analisar o período dos últimos doze meses, entre setembro de 2023 e agosto de 2024, o saldo de postos de trabalho mostra-se positivo, com a criação de 1.790.541 novas vagas. O estoque de vínculos celetistas ativos atingiu 47.243.764, refletindo uma variação de 0,49% em comparação ao mês anterior.

O Ministro do Trabalho e Emprego em exercício, Francisco Macena, destacou que o crescimento foi observado em todos os setores econômicos e em todas as 27 unidades federativas do Brasil. O setor de serviços foi o principal responsável pela criação de novos postos de trabalho, com 118.364 empregos gerados em agosto. No acumulado do ano, o saldo positivo no setor de serviços chegou a 916.369 novas vagas. A indústria, por sua vez, contribuiu com 51.634 novos postos, sendo a indústria de transformação responsável por 50.915 empregos. No total, este setor já soma 343.924 novos postos no ano.

A fala do Ministro incluiu críticas ao Banco Central, que segundo ele, opera em uma perspectiva contrária ao desenvolvimento econômico. Macena argumentou que o Banco Central precisa considerar que o desenvolvimento do país vai além da política monetária, ressaltando que a alta taxa de criação de empregos na indústria é um indicativo positivo para o crescimento econômico sustentável. O comércio também contribuiu para o aumento de postos de trabalho, gerando 47.761 novos empregos em agosto e 169.868 no acumulado do ano. A construção civil criou 13.372 postos em agosto e 213.643 desde janeiro. O setor agropecuário apresentou a menor contribuição, com 1.401 novos empregos em agosto e 82.732 no acumulado de 2024.

As regiões do Brasil também mostraram crescimento significativo. O Sudeste liderou a geração de empregos com 841.907 novas vagas ao longo de 2024. O Sul ficou em segundo lugar, com 309.140 novos postos; o Nordeste gerou 257.925; o Centro-Oeste registrou 187.471; e o Norte teve 104.773 postos criados. Macena expressou otimismo quanto ao fechamento do ano, prevendo que a curva de crescimento continue e que o Brasil chegue próximo ou supere a marca de 2 milhões de novos empregos formalizados.

Entre os estados, São Paulo se destacou com 60.770 novos postos de trabalho, seguido por Rio de Janeiro, com 18.660; Pernambuco, com 18.112; e Rio Grande do Sul, que registrou 10.413 empregos. O ministro enfatizou a recuperação vigorosa do mercado de trabalho no Rio Grande do Sul após as inundações que ocorreram na região, informando que o estado recuperou metade dos empregos perdidos durante a crise.

Em relação ao perfil dos novos empregos, 119.317 vagas foram ocupadas por mulheres e 113.196 por homens. A faixa etária entre 18 e 24 anos apresentou o maior crescimento, com 126.914 novas oportunidades. Trabalhadores com ensino médio completo registraram o maior saldo, totalizando 154.057 novas vagas. No que diz respeito à cor/raça, a maioria dos empregos foi destinada a pardos, com um total de 204.407 novos postos. O ministro também destacou que o salário médio real de admissão em agosto foi de R$ 2.156,86, uma leve redução em relação a julho, mas que o salário real de admissão para trabalhadores regidos pela CLT foi de R$ 2.186,69, apresentando um aumento de 1,4%.

*Com informações da Agência Brasil.


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