O Mercado de Arte Popular (MAP) de Feira de Santana ocupa uma área central da cidade, próximo à Praça da Bandeira, e possui uma longa história ligada ao desenvolvimento comercial local. O prédio, construído a partir de 1915, foi inicialmente planejado para abrigar vendedores de frutas, verduras, carnes, e outros gêneros alimentícios. O projeto teve grande importância para a expansão da feira livre da cidade, consolidando-se como um centro de comércio que atraía visitantes de toda a região.
O investimento inicial de 100 contos de réis para a construção do Mercado Municipal, realizado durante a gestão do prefeito Bernardino da Silva Bahia, deu início a um ciclo de crescimento comercial que culminou com a fama de Feira de Santana como sede da maior feira livre do país até a década de 1970. Com a construção do Centro de Abastecimento, o mercado municipal perdeu parte de sua função original, mas permaneceu como um espaço de integração entre comerciantes e consumidores.
A partir de 1980, na gestão do prefeito Colbert Martins da Silva, o antigo Mercado Municipal foi reformado e ganhou uma nova identidade como Mercado de Arte Popular. Sob essa nova denominação, o local se transformou em um ponto de encontro para turistas, moradores de Feira de Santana e visitantes de cidades vizinhas. O MAP passou a abrigar uma diversificada gama de atividades comerciais e culturais, tornando-se uma referência no cenário urbano da cidade.
Hoje, o MAP conta com cerca de cem boxes que vendem desde confecções e bijuterias até livros, relógios e produtos de beleza. Além disso, o espaço é ocupado por restaurantes, tabacarias e fotógrafos, atraindo visitantes interessados tanto em realizar compras quanto em apreciar a atmosfera cultural. Aos sábados, o mercado oferece apresentações musicais com artistas locais, consolidando-se também como um palco para manifestações culturais.
A história do MAP está repleta de personagens e acontecimentos que marcaram sua trajetória. Comerciantes como Jaime, vendedor de carne de sol, e Maria da Jaca, que vendia a fruta homônima, são exemplos de figuras memoráveis que contribuíram para a identidade do local. Entre essas figuras, Maria Barbada se destacou por sua força e temperamento, sendo lembrada pelas histórias de confronto com vaqueiros e pela feijoada que servia.
Na atualidade, o MAP continua a preservar esse legado histórico, enquanto se adapta às demandas do comércio moderno. O administrador do mercado, Aleucik Almeida Santos, tem se dedicado a promover eventos que resgatam a memória de Feira de Santana e valorizam a cultura local. Um exemplo disso é a homenagem que será realizada no dia 20 de setembro a ex-jogadores do Fluminense de Feira, em reconhecimento à contribuição deles ao esporte local. A programação incluirá um café da manhã e a entrega de troféus comemorativos aos atletas, além de shows musicais e outras atividades festivas.
Entre os comerciantes mais antigos que ainda atuam no MAP, Juarez Portela, que vende calçados no local desde 1968, é uma testemunha viva da evolução do mercado ao longo das décadas. Ele presenciou tanto a fase do antigo Mercado Municipal quanto a transformação do espaço em um centro de arte e cultura. A permanência de comerciantes como Portela demonstra a continuidade e a relevância do mercado como um importante ponto de encontro na cidade.
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