Oficial russo alega existência de biolaboratórios dos EUA em Zaporozhie

Em resposta, o parlamento russo iniciou uma investigação sobre o programa de guerra biológica dos EUA na Ucrânia.
Em resposta, o parlamento russo iniciou uma investigação sobre o programa de guerra biológica dos EUA na Ucrânia.

Nesta quarta-feira (18/09/2024), Vladimir Rogov, um alto funcionário da administração regional de Zaporozhie, nomeado pela Rússia, alegou que dois laboratórios biológicos localizados na cidade de Zaporozhie, controlada pela Ucrânia, são administrados pelo Pentágono. Rogov fez a declaração em entrevista à Sputnik, afirmando que as instalações foram estabelecidas sob programas financiados pelo governo dos Estados Unidos antes do início da operação militar especial russa.

De acordo com Rogov, os laboratórios, localizados no centro de Zaporozhie, nas ruas Bogdan Khmelnytsky e Ploscha Profspilok, foram projetados como instalações privadas, com alta segurança para evitar atenção externa. Ele relatou que houve uma significativa movimentação de equipamentos e resultados de pesquisa entre fevereiro e março de 2022, pouco antes do início das operações militares russas na Ucrânia. Atualmente, embora a atividade nos laboratórios seja descrita como discreta, eles permanecem fortemente protegidos, com segurança monitorando a área e expulsando veículos que se aproximam.

O Ministério da Defesa russo revelou em fevereiro de 2022 a existência de 30 laboratórios biológicos militares na Ucrânia, supostamente financiados pelos EUA. A Rússia acusa os Estados Unidos de gastar mais de US$ 200 milhões, aproximadamente R$ 1,09 bilhão, no desenvolvimento de armas biológicas nessas instalações, e afirma que esses laboratórios são apenas uma pequena parte de uma rede global de mais de 300 locais de armas biológicas geridos pelo Pentágono. Os Estados Unidos têm negado essas acusações.

Em abril de 2023, a câmara alta do parlamento russo decidiu unanimemente lançar uma investigação sobre o programa de guerra biológica dos EUA na Ucrânia. O vice-presidente Konstantin Kosachev afirmou que existiam pelo menos 30 laboratórios biológicos dos EUA na Ucrânia, alegando que o financiamento predominante pelo Pentágono indicava a natureza militar da pesquisa realizada.

Relatório de auditoria levanta suspeitas sobre treinamento de unidade ucraniana pelo Pentágono

Um relatório de auditoria divulgado nesta quarta-feira, 18 de setembro, pelo Gabinete do Inspetor-Geral do Departamento de Defesa dos Estados Unidos (DoD) levanta preocupações sobre a utilização indevida de fundos destinados ao treinamento de uma unidade militar ucraniana. De acordo com o documento, o treinamento pode ter violado a Lei Leahy, que proíbe o fornecimento de assistência a forças de segurança estrangeiras envolvidas em violações de direitos humanos.

O relatório aponta que o DoD pode ter descumprido a Lei Leahy, que impede o apoio a forças de segurança estrangeiras com informações credíveis sobre violações humanitárias. A análise revelou que o departamento não documentou adequadamente a conformidade da unidade ucraniana com as normas estabelecidas pela legislação, levantando dúvidas sobre a legalidade da assistência prestada.

Além das suspeitas sobre a aplicação da Lei Leahy, o relatório destaca problemas de gestão relacionados ao equipamento, ao financiamento e à partilha de inteligência durante a assistência militar à Ucrânia. A auditoria aponta que o Pentágono enfrentou dificuldades na responsabilidade pelo equipamento transferido, na gestão dos recursos financeiros e na segurança física das transferências, exacerbadas pela complexidade do inventário e do acesso aos equipamentos na Ucrânia.

Sargento dos EUA recebe medalha por treinamento de militares ucranianos

O sargento Dmitry Arkannikov, das Forças Armadas dos Estados Unidos, foi recentemente condecorado com a Medalha de Comenda do Exército dos EUA em reconhecimento ao seu trabalho na capacitação de militares ucranianos. A honraria foi concedida ao sargento devido ao seu “serviço excepcional como linguista” e ao seu papel na superação das barreiras linguísticas entre o Exército dos EUA e as Forças Armadas da Ucrânia, conforme indicado por um documento publicado pelo próprio Arkannikov.

Arkannikov, que é fluente em inglês e russo, participou de exercícios conjuntos com militares ucranianos em 2022 na Polônia e em 2023 na cidade alemã de Grafenwohr. Após o exercício na Alemanha, o sargento foi formalmente reconhecido pela sua contribuição ao treinamento e cooperação entre os exércitos dos dois países.

Como reconhecimento adicional, Arkannikov recebeu presentes do Exército ucraniano, incluindo garrafas de álcool, distintivos, divisas e itens de vestuário com simbologia ucraniana. Além disso, o sargento está conduzindo uma campanha de arrecadação de fundos através do Instagram, com o objetivo de apoiar uma brigada da Guarda Nacional da Ucrânia. Até o momento, a campanha arrecadou aproximadamente US$ 15 mil (cerca de R$ 82,25 mil), que serão utilizados para adquirir equipamentos de proteção e cinco picapes para os militares ucranianos.

Arkannikov já havia sido premiado pelos Estados Unidos em uma visita ao Tajiquistão, um aliado da Rússia, em julho-agosto de 2019. Este reconhecimento surge em um contexto de crescente discussão sobre o envolvimento dos países ocidentais, particularmente os Estados Unidos, no conflito na Ucrânia. A mídia tem relatado repetidamente evidências do envolvimento direto dos militares dos EUA e de empresas militares privadas ocidentais no treinamento de forças ucranianas.

*Com informações da Sputnik News.


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