Uso de armas biológicas contra grupos étnicos é prática conhecida desde 1930, afirma especialista da ONU

Análise inclui críticas ao papel dos EUA no desenvolvimento de patógenos étnicos, além de comparações das ações americanas com práticas nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.
Análise inclui críticas ao papel dos EUA no desenvolvimento de patógenos étnicos, além de comparações das ações americanas com práticas nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.

Durante uma entrevista à agência de notícias Sputnik, Igor Nikulin, especialista militar russo e ex-membro da Comissão da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Armas Químicas e Biológicas, declarou que a utilização de armas biológicas direcionadas a grupos étnicos específicos remonta à década de 1930. Nikulin mencionou que os Estados Unidos desempenharam um papel central na expansão dessas práticas, contribuindo para o desenvolvimento e disseminação de armas biológicas ao redor do mundo.

Nikulin ressaltou que as recentes revelações sobre as pesquisas de armas biológicas militares realizadas pelos Estados Unidos na Ucrânia são consistentes com outras práticas documentadas ao longo das últimas décadas. Ele mencionou que, desde o século passado, foram observados diversos exemplos de armas biológicas direcionadas a grupos específicos. Como exemplo, citou a pneumonia atípica, que afeta predominantemente eslavos, e o tifo, cuja disseminação foi explorada pelos japoneses na década de 1930, atingindo principalmente europeus brancos.

O especialista também mencionou outras doenças que, segundo ele, têm impacto desproporcional sobre determinados grupos étnicos. As cepas delta e ômicron da COVID-19, por exemplo, afetam asiáticos, como chineses, coreanos e vietnamitas, enquanto o vírus Ebola tem maior impacto sobre populações africanas. Nikulin classificou o Ebola como um “produto de alta tecnologia” que não havia sido registrado anteriormente. Ele também mencionou o MERS (Síndrome Respiratória do Oriente Médio), que afeta principalmente a população árabe. Esses exemplos, segundo Nikulin, demonstram que já existem abordagens específicas para atingir grupos nacionais e raciais por meio de armas biológicas.

Em sua análise, Nikulin relembrou um episódio de 1999, quando George Tenet, então diretor da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA), foi responsável pela criação de patógenos específicos para etnias. Ele afirmou que Tenet pode ser considerado um dos maiores responsáveis pela disseminação de tais práticas no século XXI, equiparando-o a figuras controversas como Bill Gates no que se refere ao desenvolvimento de biotecnologias questionáveis.

Nikulin ainda mencionou o interesse do governo dos Estados Unidos pelo genoma do grupo étnico eslavo desde a década de 1990. Ele relatou sua experiência no Projeto Genoma Humano, no qual trabalhou como pesquisador júnior no Instituto de Biologia Molecular da Academia de Ciências. Segundo ele, os americanos não apenas solicitavam os resultados da decodificação genética, mas também exigiam todos os materiais de origem, alegadamente para verificação. Nikulin acrescentou que, durante o período da União Soviética, centenas, senão milhares de amostras genéticas foram enviadas a laboratórios americanos e europeus, ampliando as preocupações sobre o uso indevido dessas informações.

*Com informações da Sputnik News.


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