Embraer anunciou a versão militar do jato comercial E190-E2 durante a Exposição Internacional de Defesa do Exército da Coreia, realizada de 2 a 6 de outubro de 2024, em Gyeryongdae, na Coreia do Sul. Esta nova variante é esperada não apenas pela Força Aérea Brasileira (FAB), mas também por várias aeronáuticas ao redor do mundo, conforme declaração de especialistas do setor. A versão militar do E190-E2 surge como uma resposta às demandas globais por aeronaves versáteis e adaptáveis.
O E190-E2 integra a classe dos E-Jets E2 da Embraer, que foi lançada em 2013 e se consolidou como um sucesso de vendas, com mais de 350 encomendas de companhias aéreas nacionais e internacionais. O modelo mais destacado dentro dessa família é o E195-E2, que se sobressai por seu maior comprimento, apresentando 41,51 metros, em comparação aos 36,25 metros do E190-E2. Ambos os modelos utilizam os motores turbofan Pratt & Whitney PW1900G, que têm 190 cm de diâmetro.
A principal distinção entre os dois modelos reside no tamanho e na performance. O E190-E2 requer uma pista de pouso menor e possui uma autonomia de combustível superior, alcançando 5.186 km, enquanto o E195-E2 tem uma autonomia de 4.600 km. Marcos José Barbieri Ferreira, economista e especialista em indústria aeroespacial da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), avaliou positivamente o desenvolvimento da versão militar do E190-E2, considerando-a a plataforma mais adequada para adaptações militares.
A adaptação de aviões civis para uso militar é uma prática comum na aviação. Segundo Barbieri, essa prática resulta em investimentos que, embora relevantes, são mais econômicos em comparação à criação de novas aeronaves. Além disso, os modelos civis já possuem uma rede de assistência técnica estabelecida, o que reduz os custos operacionais. Exemplos conhecidos dessa adaptação incluem os aviões presidenciais, que passam por modificações significativas para incluir comunicação segura e proteção.
A Embraer apresentou imagens de variantes do E190-E2 projetadas para diversas missões, incluindo patrulha marítima, inteligência, vigilância, reconhecimento e sistemas de alerta e controle. A empresa já demonstrou competência em adaptar seus modelos civis para uso militar, como evidenciado pelos ERJ-145, que foram integrados à FAB em diferentes versões para monitoramento e controle aéreo.
A capacidade de patrulha marítima é um aspecto relevante, visto que a FAB atualmente conta com modelos limitados para essa função, como o EMB-111 Bandeirante e o P-3 Orion. O E190-E2 apresenta um mercado promissor, tanto no Brasil quanto internacionalmente, já que a aeronáutica do Paquistão adaptou jatos Lineage 1000 da Embraer para missões de patrulha naval. Essa adaptação reflete a confiabilidade que a Embraer possui no setor.
A competitividade da Embraer se destaca em um cenário em que empresas como Airbus e Boeing enfrentam desafios de custo e peso em suas adaptações. A Embraer apresenta-se como uma alternativa viável e acessível, consolidando sua posição no mercado de aeronaves de médio porte e suas aplicações em diversas esferas.
*Com informações da Sputnik News.
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