O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Aleksandr Grushko, declarou que a situação da segurança global teria tomado um rumo distinto se a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) não tivesse buscado expandir sua influência e atrair novos membros. Em entrevista à Sputnik, Grushko ressaltou que a percepção de uma ameaça vinda do Leste é utilizada pelos Estados Unidos para consolidar sua influência na Europa e manter a hegemonia norte-americana no cenário internacional.
Grushko argumentou que, caso a OTAN tivesse honrado sua promessa de não se expandir para o Leste Europeu — compromisso assumido com a União Soviética antes de seu colapso —, a única fronteira entre a Rússia e a OTAN seria uma linha de pouco mais de 100 km com a Noruega. Ele afirmou que essa realidade teria dificultado a criação de uma narrativa de ameaça que, segundo ele, Washington utiliza para moldar a ordem mundial e controlar os países europeus. O diplomata também criticou a OTAN, afirmando que a aliança se afastou do diálogo sobre questões de segurança reais, optando por um caminho de confrontação.
Desde 2016, a Rússia apresentou diversas propostas visando a redução das tensões, as quais foram rejeitadas pela OTAN. Em dezembro de 2021, um projeto de tratado de garantias de segurança foi entregue a Bruxelas, mas também não foi aceito. Grushko mencionou que a adesão da Ucrânia à OTAN é um projeto geopolítico imposto pelos Estados Unidos, enfrentando resistência entre muitos países europeus. Em relação à política nuclear da OTAN, ele observou que a aliança está aumentando o papel das armas nucleares em sua estratégia, o que levou a Rússia a atualizar sua doutrina nuclear para assegurar que seus adversários compreendam a determinação de Moscou em proteger sua segurança por todos os meios disponíveis.
O Kremlin tem reiterado que a expansão da OTAN não resultará em maior segurança para a Europa e que a Rússia não representa uma ameaça a nenhum dos países membros da aliança. Contudo, a Rússia não ignorará ações que possam representar riscos a seus interesses. Apesar das tensões, Moscou expressou sua disposição para o diálogo em condições de igualdade e ressaltou a necessidade de o Ocidente reconsiderar sua estratégia de militarização no continente.
*Com informações da Sputnik News.
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