ONU solicita investigação sobre ataque israelense que resultou em mortes de civis no Líbano

Escritório de Direitos Humanos da ONU pede investigação sobre ataque aéreo israelense que matou 22 civis em Aito, no norte do Líbano, em meio à crise humanitária agravada.
Escritório de Direitos Humanos da ONU pede investigação sobre ataque aéreo israelense que matou 22 civis em Aito, no norte do Líbano, em meio à crise humanitária agravada.

O Escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas solicitou, nesta terça-feira (15/10/2024), a realização de uma “investigação rápida, independente e completa” sobre o ataque aéreo israelense que, na segunda-feira, causou a morte de 22 civis na vila de Aito, no norte do Líbano. Entre as vítimas, segundo relatos, estariam 12 mulheres e duas crianças, atingidas quando um prédio residencial de quatro andares foi bombardeado.

Em uma declaração feita em Genebra, o porta-voz do Escritório de Direitos Humanos da ONU, Jeremy Laurence, destacou a necessidade de investigação devido à preocupação com possíveis violações das leis da guerra. Ele ressaltou a importância dos princípios de distinção, proporcionalidade e precaução em conflitos armados, considerando a magnitude do impacto sobre civis.

A intensificação dos ataques aéreos no Líbano agrava a crise humanitária no país. A Agência da ONU para Refugiados (Acnur) estima que 1,2 milhão de pessoas já foram deslocadas devido ao aumento dos bombardeios. O Governo do Líbano confirmou que a propagação dos ataques tem causado um impacto severo nos civis, levando muitos a fugirem para a Síria em busca de segurança. Pelo menos 20 aldeias no sul do Líbano receberam ordens de evacuação na segunda-feira, com um quarto do território libanês sob ordens de evacuação militar israelense.

Em meio à escalada do conflito, o Acnur alerta que muitas famílias buscam abrigo em espaços públicos abertos, enfrentando dificuldades para encontrar condições adequadas de proteção. Dos 283 mil indivíduos que cruzaram a fronteira do Líbano para a Síria, 70% são sírios que, anteriormente, haviam procurado refúgio no Líbano. A população restante é composta por libaneses e cidadãos de outras nacionalidades.

A crise humanitária tem exacerbado os efeitos psicológicos sobre a população, especialmente entre crianças e jovens, que vivenciam a perda de familiares, lares e acesso à educação, além de enfrentar a crescente pobreza. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e o Programa Mundial de Alimentos (PMA) emitiram uma declaração conjunta enfatizando a necessidade urgente de uma resposta humanitária para atender às vítimas.

Durante uma visita de três dias ao Líbano, especialistas da Unicef e do PMA relataram ter testemunhado a destruição, o medo e a incerteza da população. As agências mantiveram contato com pessoas deslocadas, autoridades governamentais e organizações da sociedade civil que atuam para prestar assistência 24 horas por dia. Foram registrados relatos sobre as dificuldades enfrentadas nos deslocamentos, inclusive nos postos de controle na fronteira com a Síria.

A situação das crianças no Líbano é especialmente crítica, com a maioria delas sofrendo direta ou indiretamente os efeitos dos ataques. Muitas perderam familiares ou tiveram suas casas destruídas, e enfrentam incertezas em relação ao futuro, agravadas pela piora das condições econômicas e sociais.

*Com informações da ONU News.


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