Na noite de segunda-feira (28/10/2024), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, teceu críticas à diplomacia brasileira, afirmando que o Itamaraty tem atuado como um “poder dentro do poder” no Brasil. Segundo ele, o Itamaraty tem conspirado contra a Venezuela e está fortemente vinculado ao Departamento de Estado dos Estados Unidos. Essas declarações foram feitas durante um programa semanal de Maduro, onde ele comentou sobre o veto do Brasil à entrada da Venezuela no bloco econômico do Brics, cuja cúpula ocorreu na semana passada na cidade russa de Kazan.
Maduro afirmou que a vice-presidente Delcy Rodríguez e o chanceler venezuelano Yvan Gil tiveram conversas privadas com diplomatas brasileiros, durante as quais, segundo ele, foi garantido que o Brasil não vetaria a entrada da Venezuela no bloco. O presidente venezuelano declarou: “O chanceler do Brasil, Mauro Vieira, me disse: presidente Maduro, o Brasil não veta a Venezuela”. No entanto, segundo Maduro, um funcionário brasileiro, identificado como Eduardo Saboya, afirmou que o Brasil exerceu um veto imoral à entrada da Venezuela, o que contraria os princípios da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul).
Após essas críticas, Maduro expressou a intenção de aguardar uma posição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sugerindo que o chefe de Estado deve comentar sobre a questão em seu momento oportuno.
A situação foi complementada por declarações do assessor especial para a presidência do Brasil, Celso Amorim, que, em entrevista ao jornal O Globo, indicou que a questão da entrada da Venezuela no Brics não diz respeito ao regime político, mas sim à “perda de confiança”. Amorim referiu-se à falta de transparência nas eleições presidenciais realizadas em julho passado, quando o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela anunciou a reeleição de Maduro sem apresentar documentos que comprovassem a validade do pleito.
Após a posse de Lula, a Embaixada do Brasil em Caracas foi reaberta, e em fevereiro deste ano, a diplomata Glivânia Oliveira assumiu o cargo de embaixadora, marcando a restauração das relações diplomáticas entre os dois países. A representação diplomática havia sido encerrada em 2020, sob a administração de Jair Bolsonaro, devido a divergências políticas. Em 2018, o embaixador brasileiro Ruy Pereira foi expulso da Venezuela após ser declarado persona non grata pelo governo de Maduro.
*Com informações da RFI.
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