Três Poderes buscam consenso para projeto com novas regras para emendas

Reunião entre líderes dos Três Poderes define diretrizes para regulamentação das emendas parlamentares.
Reunião entre líderes dos Três Poderes define diretrizes para regulamentação das emendas parlamentares.

O Congresso Nacional está prestes a votar um projeto de lei complementar que introduzirá novas regras para a execução das emendas parlamentares ao Orçamento. A expectativa é de que o projeto seja finalizado até esta quinta-feira (24/10/2024) após reuniões entre os presidentes do Senado e da Câmara, Rodrigo Pacheco e Arthur Lira, e membros do Supremo Tribunal Federal (STF). A nova legislação visa aumentar a transparência na aplicação das emendas, que são recursos destinados a obras e serviços públicos, e se faz necessária antes da aprovação das diretrizes orçamentárias e do próprio Orçamento para 2025.

A nota divulgada após o encontro entre as autoridades informa que o Executivo e o Legislativo estão próximos de finalizar o texto que regulamentará a execução das emendas parlamentares. Este projeto será submetido à apreciação nas duas Casas do Congresso na próxima semana, que se encerra em 1º de novembro. Após a votação, a continuidade da execução das emendas será analisada pelo plenário do STF, conforme indicado na comunicação oficial.

Na terça-feira, 22 de outubro, o senador Angelo Coronel, relator da Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2025, já havia se reunido com o presidente da Câmara e o chefe da Casa Civil, Rui Costa. Coronel manifestou confiança de que o impasse relacionado ao pagamento das emendas parlamentares será resolvido por meio da nova proposta legislativa, a qual pretende estabelecer maior rastreabilidade e transparência.

O impasse se intensificou em agosto, quando o ministro Flávio Dino suspendeu a execução das emendas individuais impositivas, conhecidas como “emendas pix”, que somam cerca de R$ 8 bilhões para 2024. Essas emendas são obrigatórias e a suspensão gerou um esforço conjunto dos três Poderes para chegar a um consenso que assegure transparência e eficiência na aplicação dos recursos.

As transferências especiais, que são parte dessas emendas, permitem o repasse direto de recursos para estados e municípios, sem a necessidade de convênios. Contudo, a falta de destinação específica dificulta a fiscalização sobre o uso dos recursos. A legislação atual proíbe o uso de emendas para pagamento de pessoal e exige que 70% do valor seja destinado a investimentos. A nova proposta, conforme o senador Coronel, incluirá a obrigação dos ministérios de informar o autor da emenda, o valor liberado e o destino dos recursos, além de encaminhar essas informações para as câmaras municipais e os tribunais de contas.

O projeto também prevê a proibição da destinação de recursos para estados diferentes do do autor da emenda, exceto em casos que beneficiem o país como um todo. As emendas de bancadas estaduais e de comissões permanentes também serão reguladas. O senador anunciou que cada bancada estadual poderá apresentar até dez emendas, priorizando obras inacabadas e ações em resposta a calamidades.

A urgência dessa votação se intensifica diante do calendário apertado para a aprovação da LDO e da LOA de 2025. O relator da LDO, senador Confúcio Moura, já apresentou um relatório preliminar, que prioriza emendas voltadas para a prevenção de eventos climáticos extremos e ações estabelecidas no Plano Plurianual (PPA) 2024-2027. As novas regras para as emendas parlamentares impactarão diretamente a elaboração e aprovação das peças orçamentárias.

O projeto da LOA para 2025, que estima em R$ 40 bilhões o total das emendas parlamentares impositivas, está pendente de votação na Comissão Mista de Orçamento e deve ser aprovado até o final do ano. O Executivo projeta um aumento do salário mínimo para R$ 1.509 e prevê crescimento do PIB de 2,64% e inflação de 3,3% para o próximo ano. A aprovação do Orçamento é crucial, especialmente em relação às prioridades orçamentárias e às emendas parlamentares.

A nova regulamentação sobre emendas parlamentares é um passo significativo em direção à transparência e à responsabilidade fiscal, com a expectativa de que as regras estabelecidas contribuam para uma melhor gestão dos recursos públicos. As discussões em andamento e as expectativas de consenso entre os Três Poderes demonstram um esforço em prol da efetividade na aplicação dos recursos destinados a atender as demandas da sociedade.

*Com informações da Agência Senado.


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