Brasil convoca a comunidade internacional para enfrentar os efeitos do calor extremo

Ministros da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e das Cidades, Jader Filho, durante reunião em Belém para discutir o impacto das ondas de calor nas populações vulneráveis.
Ministros da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e das Cidades, Jader Filho, durante reunião em Belém para discutir o impacto das ondas de calor nas populações vulneráveis.

O Brasil, em resposta ao Chamado à Ação da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Calor Extremo, promoveu uma reunião entre os ministros da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e das Cidades, Jader Filho, nesta sexta-feira (01/11/2024). O encontro ocorreu durante a reunião do Grupo de Trabalho de Redução do Risco de Desastres (GTRRD) do G20 em Belém, no Pará. O objetivo principal da discussão foi abordar estratégias para mitigar os efeitos das ondas de calor que afetam desproporcionalmente os grupos sociais mais vulneráveis.

A ONU aponta que as comunidades em situação de pobreza são as mais impactadas pelas altas temperaturas, enfrentando riscos severos que exacerbam a desigualdade social. Assim, os ministros concentraram seus esforços em medidas direcionadas à proteção de idosos, trabalhadores em ambientes externos, mulheres grávidas e pessoas com deficiência. Durante a abertura do evento, o ministro Waldez Góes destacou a urgência do debate sobre o tema, afirmando que “impulsionado pela crise climática, o calor extremo continua ameaçando bilhões de pessoas e afetando os mais vulneráveis de forma desproporcional, aumentando ainda mais as desigualdades sociais”. Ele salientou a preocupação com as queimadas que se intensificam devido ao calor excessivo, afetando áreas agrícolas e impactando a produção de alimentos. O ministro também fez referência ao aumento da insegurança alimentar, o que agrava a situação de pobreza de milhões de pessoas no Brasil, ressaltando que, em 2023, o país registrou temperaturas superiores à média histórica.

O ministro Jader Filho enfatizou a importância de adotar uma abordagem preventiva, afirmando que “se não entendermos que a prevenção tem tudo a ver com cuidar do meio ambiente, seguiremos enxugando gelo, investindo milhões em políticas públicas que vão se perder com o tempo”. Segundo ele, a crescente frequência das mudanças climáticas torna imprescindível um esforço contínuo em direção a soluções sustentáveis.

O Chamado à Ação da ONU sobre Calor Extremo delineia ações urgentes necessárias para mitigar os impactos das ondas de calor. Entre as principais medidas propostas, destacam-se: a proteção das populações mais vulneráveis, especialmente crianças, idosos e comunidades urbanas empobrecidas; a segurança dos trabalhadores expostos ao calor, com adaptações nas leis trabalhistas; o fortalecimento da resiliência econômica e da infraestrutura, por meio de sistemas de alerta precoce; e a redução das emissões de gases de efeito estufa, com incentivo ao uso de energias renováveis.

A iniciativa visa salvar vidas e evitar perdas econômicas que podem alcançar trilhões de dólares devido aos impactos do calor no trabalho e nas infraestruturas urbanas. O GTRRD do G20 definiu seis prioridades para guiar as ações do Brasil e as contribuições dos países membros. Essas prioridades incluem a luta contra desigualdades, cobertura global dos sistemas de alerta precoce, construção de infraestruturas resilientes, estratégias de financiamento para a redução do risco de desastres, recuperação e reabilitação pós-desastres, e soluções baseadas na natureza.

A presidência do G20, que o Brasil assumiu em 1º de dezembro de 2023, destaca questões como a reforma da governança global, as dimensões do desenvolvimento sustentável e o combate à fome e à pobreza. A logomarca da presidência brasileira, que incorpora as cores das bandeiras dos países membros, simboliza o dinamismo e o compromisso do Brasil em abordar questões globais.

Desde a sua criação, em 1999, o G20 se estabeleceu como um fórum relevante para a discussão de questões econômicas internacionais, reunindo os principais países industrializados e emergentes. O grupo, que representa dois terços da população mundial e cerca de 85% do PIB global, aborda temas cruciais como comércio, desenvolvimento sustentável, saúde, agricultura, energia, meio ambiente e mudanças climáticas.


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