Crise no Haiti afeta gravemente crianças, com aumento de violações e violência sexual

Crianças haitianas enfrentam uma crise humanitária crescente, com escolas e hospitais sendo alvos de ataques, e aumento significativo de violência sexual.
Crianças haitianas enfrentam uma crise humanitária crescente, com escolas e hospitais sendo alvos de ataques, e aumento significativo de violência sexual.

As Nações Unidas emitiram um alerta sobre a situação crítica das crianças no Haiti, destacando o aumento das violações de direitos humanos no país. O comunicado, emitido pela representante especial do secretário-geral para Crianças e Conflitos Armados, Virginia Gamba, chama atenção para os níveis elevados de brutalidade e ilegalidade causados por grupos armados que atuam na nação caribenha. Nos últimos meses, as crianças haitianas têm se tornado as principais vítimas da violência exacerbada, com um destaque para o massacre de Pont Sonde, que resultou na morte de várias crianças.

O cenário político no Haiti também se complicou, com o afastamento do primeiro-ministro Garry Conille no último fim de semana, uma medida que agrava ainda mais a instabilidade no país. Conille, que assumira o cargo há apenas seis meses, já havia sido demitido anteriormente em 2012 pelo então presidente Michel Martelly. Essa mudança de governo ocorre em meio a uma crise humanitária de grandes proporções, que tem levado a uma grave deterioração das condições de vida para a população haitiana, especialmente para as crianças.

Em meio à violência crescente, hospitais, centros de saúde e escolas têm sido alvejados por grupos armados, que ainda ocupam algumas dessas instalações. A ONU estima que mais de 300 mil crianças perderam o acesso à educação neste ano, com muitas escolas sendo usadas como abrigos temporários para os deslocados internos pela violência. Além disso, a violência sexual contra crianças tem aumentado de forma alarmante, com um aumento de mais de 1000% nos casos de abuso sexual, principalmente de meninas, comparado ao ano anterior. Esses abusos estão sendo usados como arma de guerra, com casos de estupros e estupros coletivos sendo registrados com frequência.

Cerca de 2,7 milhões de haitianos, incluindo 1,6 milhão de mulheres e crianças, estão vivendo em áreas controladas por facções criminosas. A ONU também alertou para a presença de crianças dentro dessas facções armadas, com estimativas indicando que entre um terço e metade de seus membros sejam menores de 18 anos. Virginia Gamba pediu a libertação imediata desses menores e sua transferência para centros de proteção estadual, além de exigir que as crianças sejam protegidas da violência sexual, dos confrontos e da participação nos combates.

A ONU solicitou que os países-membros contribuam com o fundo financeiro da Missão Multinacional de Apoio ao Haiti, uma operação aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU e cujo mandato foi renovado por mais 12 meses em setembro deste ano. A missão tem o objetivo de proporcionar apoio humanitário e garantir o acesso seguro a serviços essenciais, incluindo saúde e educação, para a população haitiana.

*Com informações da ONU News.


Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe to get the latest posts sent to your email.

Facebook
Threads
WhatsApp
Twitter
LinkedIn

Deixe um comentário

Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading

Privacidade e Cookies: O Jornal Grande Bahia usa cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso deles. Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte: Política de Cookies.