Uma análise integrada da Fase de Classificação da Segurança Alimentar, conhecida pela sigla IPC, revela que aproximadamente 25% da população da República Democrática do Congo (RDC) enfrenta fome aguda. Os dados abrangem o período de julho a dezembro de 2024, indicando que 25,6 milhões de congoleses, ou 22% da população, estão na fase 3, que caracteriza insegurança alimentar aguda alta, ou em níveis superiores. Dentre esses, 3,1 milhões de indivíduos encontram-se em situações críticas de insegurança alimentar, classificados na fase 4.
A informação foi divulgada pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) no início desta semana. A agência advertiu que, caso não haja um aumento significativo na assistência internacional, as projeções para o próximo ano permanecerão inalteradas. Rein Paulsen, diretor do Escritório da FAO para Emergências e Resiliência, declarou que a situação de segurança alimentar continua crítica para milhões de pessoas na RDC.
Os conflitos armados e a luta por recursos naturais têm causado danos severos à infraestrutura rural e prejudicado a produção agrícola no país. Um leve choque econômico, um aumento de preços ou uma safra ruim podem levar ainda mais pessoas à beira da fome. A FAO enfatiza a necessidade de erradicar a violência para restaurar a produção de alimentos e apoiar as famílias rurais na melhoria de sua produtividade.
A situação no leste da República Democrática do Congo é ainda mais preocupante, conforme evidenciado pela mais recente edição dos Dados em Emergências da FAO. Comparado ao ano anterior, 25% dos pastores relataram perdas em seus rebanhos, e 35% dos lares afetados pela crise cultivaram em áreas menores do que o habitual. Em resposta a essa crise, a FAO está colaborando com agricultores para retomar suas atividades produtivas, permitindo que muitos lares gerem uma média de 100 kg de legumes em um período inferior a dois meses.
Além disso, a agência da ONU está auxiliando cerca de 150 mil pessoas nas províncias de Kivu do Norte e Ituri por meio de transferências monetárias, facilitando a realização de atividades de jardinagem e pecuária em pequena escala. Essa assistência não apenas proporciona alimentos, mas também possibilita que os deslocados internos em Kivu do Norte se beneficiem dos produtos cultivados na região.
A partir de novembro, lares rurais envolvidos na pequena produção de alimentos receberão sementes, ferramentas e treinamento sobre manejo de animais, cultivo de terras e práticas de vacinação para rebanhos. O objetivo é capacitar os moradores da RDC a produzirem seus próprios alimentos e a comercializarem os excedentes, garantindo, assim, sua própria renda.
*Com informações da ONU News.
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