A situação na Faixa de Gaza, marcada pelo aumento de mortos, feridos e deslocados, reflete o impacto do lobby israelense e da indústria bélica global na dinâmica do conflito, de acordo com analistas entrevistados no podcast Mundioka, da Sputnik Brasil. O programa ressaltou que o apoio de grandes potências, como os Estados Unidos, alimenta a escalada de violência, enquanto a narrativa predominante no Ocidente sustenta a impunidade das ações israelenses.
Gabriel Mathias Soares, historiador e professor na Habib University, destacou que os Estados Unidos têm intensificado o suporte militar a Israel, com transferências de armamentos que somam quase US$ 20 bilhões em um ano. Segundo ele, a proximidade entre os governos de ambos os países fortalece a posição de Israel no cenário internacional.
“Nunca há qualquer condenação expressa de ações que resultam na morte de civis, mesmo no Líbano, onde os Estados Unidos também desempenham um papel de financiamento e apoio ao Exército local”, afirmou.
O analista também apontou os lucros obtidos por Israel em setores estratégicos, como o militar, com a exportação de tecnologias testadas no conflito. Transações comerciais entre Israel e países da região, como Azerbaijão e Emirados Árabes Unidos, fortalecem essas alianças. No Azerbaijão, por exemplo, equipamentos militares israelenses foram usados em ações de limpeza étnica em Nagorno-Karabakh.
Shajar Goldwaser, pesquisador em relações internacionais da PUC-SP, destacou a influência do soft power israelense, que mobiliza a narrativa de que críticas a Israel são manifestações de antissemitismo. Ele explicou que essa abordagem é estruturada por iniciativas como a Hasbará, órgão israelense dedicado à promoção da imagem do país no exterior.
“O discurso transforma ações do Estado de Israel em supostas defesas contra o antissemitismo, mascarando crimes e violações de convenções internacionais”, afirmou.
Além do soft power, Goldwaser mencionou os interesses econômicos em setores como o imobiliário e de infraestrutura, com projetos voltados à reconstrução de Gaza em áreas destruídas. Para ele, essas ações demonstram como os ganhos materiais e a confluência de interesses estratégicos entre Israel e seus aliados moldam o cenário regional.
Os analistas concluíram que, enquanto o lobby israelense e a indústria bélica global dominarem as negociações, a perspectiva de um fim para o conflito permanece incerta. A continuidade do embate beneficia governos e empresas envolvidas, ao mesmo tempo que agrava a situação humanitária na região.
*Com informações da Sputnik News.
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