O minidocumentário “Feitos de Café: a história do café na cidade de Brejões” foi lançado na última sexta-feira (25/10/2024), e celebra a trajetória da cafeicultura local, que marcou a cidade como uma das principais produtoras de café na América Latina. Idealizado pela jornalista Karine Mascarenhas e pela publicitária Tâmara Brandão, ambas naturais de Brejões, o filme reúne mais de vinte entrevistas com pessoas que vivenciaram uma época de auge da produção cafeeira no município. O lançamento foi realizado em Brejões, na véspera do centenário da cidade, e contou com a presença de autoridades e moradores.
A proposta do documentário surgiu do desejo das idealizadoras de homenagear a cidade natal e reforçar a contribuição da cafeicultura para suas trajetórias pessoais e profissionais. O filme explora a história da Fazenda Agribahia, um dos maiores produtores de café do Brasil nas décadas de 1980 e 1990. Em seu auge, a fazenda cultivava mais de 2.000 hectares e mantinha cerca de 7 milhões de pés de café, com uma produção diária de cerca de 2.000 sacas. O café Bourbon, cultivado na fazenda e exportado principalmente para o mercado europeu, era conhecido por seu sabor suave e notas de chocolate, o que lhe rendeu reconhecimento em círculos internacionais, inclusive entre a realeza britânica, segundo relatos de Benedito Silva, ex-gerente agrícola da Agribahia.
Além da Fazenda Agribahia, o documentário também retrata outras fazendas que contribuíram para o desenvolvimento da economia local e regional, incluindo a Fazenda Rio Branco e a Fazenda Campo Grande. A cafeicultura impulsionou o comércio e atraiu trabalhadores de diversas cidades vizinhas, como Itatim, Iaçu, e Jaguaquara, contribuindo para uma época de riqueza e desenvolvimento.
João Lopes, presidente da Assocafé (Associação dos Produtores de Café da Bahia), que também participou do documentário, reforçou o papel pioneiro de Brejões na história cafeeira da Bahia, destacando a importância histórica do cultivo na região ao longo de mais de dois séculos. Lopes relatou que sua própria experiência na cafeicultura remonta a 1970, e sua trajetória é reflexo de uma tradição cafeeira que ainda se mantém viva no município.
Atualmente, o cultivo de café arábica em Brejões é um dos responsáveis por manter a Bahia entre os principais estados brasileiros com produções significativas tanto de café arábica quanto de conilon, concentradas em microrregiões estratégicas. Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a Bahia ocupa posição de destaque ao lado de estados como Espírito Santo e Minas Gerais.
O projeto foi viabilizado com o apoio da Lei Federal de Incentivo à Cultura – Paulo Gustavo e da Casa do Brejo Centro de Cultura e Cidadania de Brejões, permitindo que o documentário se tornasse uma peça relevante para a preservação da memória local e o fortalecimento do orgulho cultural. Durante o evento de lançamento, João Santos, ex-trabalhador das colheitas locais, destacou a importância do registro audiovisual para preservar a história da cidade. Para os organizadores, “Feitos de Café” representa um marco na valorização da memória coletiva e do legado deixado pelo café em Brejões.
Confira
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