Seca na Amazônia afeta mais de 420 mil crianças, alerta Unicef

A seca extrema na Amazônia compromete o acesso a alimentos, educação e saúde para milhares de crianças, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
A seca extrema na Amazônia compromete o acesso a alimentos, educação e saúde para milhares de crianças, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Mais de 420 mil crianças na região amazônica enfrentam sérias dificuldades causadas pela seca que atinge o Brasil, Colômbia e Peru, conforme aponta o Unicef. A baixa nos níveis dos rios, registrada desde 2023, impacta diretamente comunidades ribeirinhas e indígenas que dependem das vias fluviais para transporte, alimentação e serviços essenciais.

A situação no Brasil inclui o fechamento de mais de 1,7 mil escolas e 760 centros de saúde, impossibilitando que muitas crianças frequentem as aulas e acessem atendimento médico. Em 14 comunidades avaliadas pelo Unicef na Amazônia brasileira, metade das famílias afirma que seus filhos estão fora da escola devido à seca. Os rios, que antes serviam como meios de transporte escolar e rota para o abastecimento de alimentos e combustível, agora representam um desafio para as populações locais.

Catherine Russell, diretora executiva do Unicef, afirmou que a seca na Amazônia compromete a saúde e o bem-estar de toda a região, colocando em risco o acesso de crianças a alimentos, água potável, saúde e educação. Segundo Russell, é urgente mitigar os impactos da crise climática para proteger a infância e as futuras gerações, destacando que “a saúde da Amazônia afeta a saúde de todos”.

Na Colômbia, a seca extrema gerou uma redução de até 80% no nível dos rios, limitando severamente o abastecimento de água e alimentos e resultando na suspensão das aulas em mais de 130 escolas. O isolamento também intensificou o risco de recrutamento de crianças por grupos armados não estatais e aumentou a incidência de doenças como infecções respiratórias, diarreia, malária e desnutrição infantil.

No Peru, a situação é crítica na região de Loreto, no nordeste do país. Comunidades indígenas remotas, já vulneráveis, enfrentam a inacessibilidade de mais de 50 centros de saúde. Além disso, incêndios florestais, intensificados pela seca e em parte provocados por atividades humanas, vêm causando danos ambientais significativos e perda de biodiversidade em grande parte do território peruano.

Diante do cenário, o Unicef estima a necessidade de US$ 10 milhões para uma resposta emergencial, que inclui a distribuição de água, suprimentos essenciais e a mobilização de brigadas de saúde. A agência também planeja fortalecer a resiliência dos sistemas de saúde e serviços públicos locais nas comunidades indígenas afetadas pela seca.

A Amazônia, que abrange nove países da América do Sul, é a maior floresta tropical do mundo e desempenha um papel fundamental no equilíbrio climático global. A seca recorde revela os desafios crescentes que a mudança climática impõe à região, afetando milhões de pessoas e ameaçando a sustentabilidade de um ecossistema vital.

*Com informações da ONU News.


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