O Brasil possui atualmente 64 parques tecnológicos em operação, conforme dados da plataforma InovaData, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Além dessas unidades, outras 29 estão em construção e oito estão sendo planejadas. Desde a criação dos primeiros parques, na década de 1980, com destaque para os de São Carlos (SP) e Campina Grande (PB), o Brasil tem avançado na criação de espaços de inovação que conectam universidades, centros de pesquisa e empresas.
A evolução dos parques tecnológicos no país reflete o esforço contínuo para impulsionar a inovação e a competitividade da economia nacional. A diretora de Apoio aos Ecossistemas de Inovação do MCTI, Sheila Pires, destaca a importância desses centros para o desenvolvimento de políticas públicas nas áreas de ciência, tecnologia, transição energética e bioeconomia. Ela enfatiza que, embora o Brasil tenha alcançado um bom nível de desenvolvimento nesse campo, há necessidade de interiorizar mais os parques, com foco em regiões como o Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Atualmente, a maior parte dos parques está concentrada nas regiões Sul e Sudeste, com muitos localizados em áreas metropolitanas. Sheila Pires aponta que o Norte, por exemplo, possui apenas um parque em funcionamento, no Pará, o PCT-Guamá. Outras duas iniciativas estão sendo desenvolvidas na região, mas ainda há uma grande lacuna a ser preenchida.
Adriana Ferreira de Faria, presidente da Associação Nacional das Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), destaca os impactos positivos dos parques tecnológicos na economia. As cerca de 3 mil empresas que operam nesses centros geraram, em 2023, aproximadamente R$ 15 bilhões em faturamento e mais de 75 mil empregos. Adriana ressalta que os investimentos públicos realizados nos últimos 30 anos, da ordem de R$ 7 bilhões, têm gerado resultados significativos para o país.
Além disso, a presidente da Anprotec observa que muitos parques tecnológicos ainda estão em fase de maturação, com grande potencial de crescimento nos próximos anos. À medida que esses parques atingem sua maturidade, espera-se que seus resultados se amplifiquem significativamente.
A história dos parques tecnológicos no Brasil remonta a 1984, quando o então presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Lynaldo Cavalcanti de Albuquerque, iniciou a criação de programas para conectar centros de pesquisa com o setor empresarial. Os primeiros parques, como o de São Carlos (SP) e Campina Grande (PB), foram estabelecidos com a ajuda de instituições acadêmicas e governamentais, com o objetivo de impulsionar a pesquisa e a inovação no país.
Um exemplo do impacto desses parques é o de São Carlos, que conta com uma das maiores concentrações de doutores por habitante no país. O professor Sylvio Goulart Rosa Júnior, diretor técnico da Fundação Parque Tecnológico de São Carlos (ParqTec), explica que o parque ajudou a transformar a cidade, gerando riqueza local por meio da criação de empresas e patentes. São Carlos, com cerca de 250 mil habitantes, tem se destacado como um centro de inovação, sendo um modelo de sucesso para outras regiões.
O Parque de Inovação Tecnológica de São José dos Campos (PIT), fundado em 2006, é outro exemplo relevante de como os parques tecnológicos têm impulsionado o setor de inovação no Brasil. Localizado em uma cidade histórica no desenvolvimento da indústria aeroespacial, o PIT abriga quase 400 empresas e se tornou um importante polo de inovação, principalmente no setor aeroespacial. A Tria Software, por exemplo, é uma das empresas que se beneficia do ambiente colaborativo do PIT para desenvolver soluções tecnológicas.
No entanto, como Sheila Pires aponta, o principal desafio atual é garantir que os parques tecnológicos se espalhem por todo o território nacional, oferecendo mais oportunidades para as regiões menos atendidas. Isso não apenas fortaleceria a inovação no Brasil, mas também promoveria maior inclusão social e desenvolvimento econômico em áreas mais afastadas dos grandes centros urbanos.
*Com informações da Agência Brasil.
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