Petróleo deve concluir 2024 como principal produto da pauta exportadora brasileira

O Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) anunciou que o petróleo deve fechar 2024 como o principal produto da pauta exportadora brasileira, pela primeira vez desde o início da série histórica, em 1997. Até novembro, as exportações de petróleo somaram US$ 42,8 bilhões, superando soja e minério de ferro. A previsão é que o valor final chegue a US$ 47 bilhões. O crescimento do setor é impulsionado pela expansão da produção e novas áreas de exploração.
O petróleo segue em destaque nas exportações brasileiras, com estimativas indicando que fechará o ano como o principal produto da pauta exportadora do país.

O petróleo deverá finalizar o ano de 2024 como o principal produto da pauta exportadora brasileira, um marco histórico desde o início da série histórica do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) em 1997. Até novembro, o Brasil exportou US$ 42,8 bilhões em petróleo, ultrapassando produtos tradicionais como a soja e o minério de ferro. A estimativa do IBP é que as exportações de petróleo alcancem US$ 47 bilhões até o fim do ano. Desde 2016, o setor tem registrado saldo líquido positivo na balança comercial, refletindo o crescimento da produção e a competitividade internacional.

A projeção de produção de petróleo para 2025 é de 3,6 milhões de barris por dia (bpd), um aumento em relação aos 3,4 milhões de bpd atuais. Esse crescimento está relacionado à maturação de investimentos no pré-sal e à entrada de novas unidades flutuantes de produção, armazenamento e transferência (FPSOs), conforme explicou Roberto Ardenguy, presidente do IBP. O setor também espera um valor significativo em royalties e participações especiais, com estimativas que chegam a quase R$ 600 bilhões nos próximos quatro anos.

O Brasil ocupa a posição de oitavo maior produtor de petróleo do mundo e o nono maior em capacidade de refino. O setor de óleo e gás representa 17% do Produto Interno Bruto (PIB) industrial brasileiro e fornece 45% da energia consumida internamente. Além disso, o país é o segundo maior produtor mundial de biocombustíveis e o oitavo maior consumidor de petróleo, gerando 1,6 milhão de empregos diretos e indiretos no setor.

A geopolítica continuará a influenciar os fluxos energéticos em 2025. A gerente de análises técnicas do IBP, Isabela Costa, destacou que os conflitos internacionais, como a guerra entre Ucrânia e Rússia e as tensões no Oriente Médio, têm impacto direto nas dinâmicas de importação e exportação de energia. Além disso, o desempenho econômico dos principais consumidores de petróleo, como os Estados Unidos e a China, será monitorado de perto, dado seu papel crucial na demanda global.

Entre as novas áreas de exploração, o IBP destacou a Bacia de Pelotas, localizada nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, com uma área de 40,9 mil quilômetros quadrados. A Petrobras, em parceria com a Shell, assinou 26 contratos de concessão para exploração na bacia, com um investimento previsto de R$ 1,5 bilhão. O consórcio terá a Petrobras como operadora com 70% de participação e a Shell com 30%. Além disso, a Margem Equatorial, composta por cinco bacias sedimentares, tem o potencial de adicionar 1,106 milhão de barris de petróleo por dia à produção nacional a partir de 2029.

Produção de petróleo da União alcança novo recorde e supera 100 mil barris diários

Em outubro de 2024, a produção de petróleo da União alcançou 104 mil barris por dia (bpd), estabelecendo um novo recorde histórico. Esse número representa um aumento de 4,4% em comparação com setembro, quando a produção foi de 99 mil bpd, o maior volume até então. Com esse desempenho, a União se tornou a quinta maior produtora de petróleo no Brasil, alcançando uma posição inédita no ranking nacional. Os dados foram divulgados pela Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA), responsável pela gestão dos contratos de comercialização do petróleo da União.

A maior parte da produção da União se refere aos contratos firmados no regime de partilha de produção, instituído pela Lei Federal 12.351/2010. Nesse regime, as empresas petrolíferas que exploram áreas licitadas devem oferecer à União um percentual do excedente produzido, e a que apresenta as melhores condições vence a concorrência. Em outubro, a produção proveniente desses contratos foi de 100,13 mil bpd, enquanto 3,48 mil bpd referem-se a Acordos de Individualização da Produção (AIPs), uma modalidade que permite a exploração de jazidas que se localizam parcialmente fora de áreas contratadas.

O crescimento da produção em outubro foi impulsionado, principalmente, pela produção excedente no Campo de Sépia, uma das principais áreas de exploração da União. De acordo com a PPSA, as projeções para os próximos anos indicam que a produção da União pode superar os 500 mil bpd até 2030, à medida que novas áreas de exploração e investimentos no setor forem desenvolvidos.

Além do petróleo, a produção de gás natural da União também atingiu um volume recorde em outubro, com 255 mil metros cúbicos por dia, representando um aumento de 57% em relação a setembro. Desde 2017, a produção acumulada de petróleo da União soma 62,5 milhões de barris, enquanto a produção de gás natural totaliza 277 milhões de metros cúbicos.

A PPSA ressalta que o crescimento da produção de petróleo e gás natural tem sido uma constante nos últimos anos, com destaque para os contratos de partilha, que têm contribuído de forma significativa para o aumento dos volumes exportados. A perspectiva é que esses resultados continuem a melhorar com a continuidade dos investimentos em infraestrutura e tecnologia.

*Com informações da Agência Brasil.


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