Taxa de desemprego atinge menor nível histórico, mas informalidade persiste

A taxa de desemprego no Brasil atingiu 6,1% no trimestre encerrado em novembro de 2024, o menor nível registrado pela Pnad Contínua desde 2012. Apesar do crescimento no número de ocupados, o percentual de trabalhadores com carteira assinada permanece abaixo dos patamares anteriores à crise de 2014. Mudanças estruturais no mercado de trabalho influenciam as dinâmicas de remuneração e ocupação no país.
Desde 2014, o percentual de trabalhadores com carteira assinada no setor privado, público ou como domésticos caiu de 44,4% para 40,6%.

O mercado de trabalho brasileiro registrou, no trimestre encerrado em novembro de 2024, a menor taxa de desemprego da série histórica da Pnad Contínua, iniciada em 2012. O índice de 6,1% indica um avanço significativo na ocupação de trabalhadores, que atingiu 103,9 milhões de brasileiros. Apesar do aumento na geração de vagas, há uma discrepância no perfil dos empregados, com menor prevalência de contratos formais.

Historicamente, a taxa de desemprego apresentou dois picos desde 2012: um entre 2015 e 2017, durante a recessão econômica, e outro em 2020, devido à pandemia. Após alcançar 14,9% no primeiro trimestre de 2021, o desemprego iniciou uma trajetória de queda, atingindo 7,9% no final de 2022 e chegando ao menor nível atual. Estudos do FGV Ibre indicam que uma taxa semelhante foi registrada pela última vez em 1991.

A expansão do emprego vem acompanhada de alta no rendimento médio dos trabalhadores, que alcançou R$ 3.285 no trimestre encerrado em novembro de 2024. Embora próximo ao recorde de 2020, o crescimento dos rendimentos não reflete avanços uniformes. Os trabalhadores de menor renda tiveram maior incremento percentual em seus salários, em parte devido à política de valorização do salário-mínimo e à expansão do Bolsa Família.

Entretanto, o perfil dos ocupados mudou. Desde 2014, o percentual de trabalhadores com carteira assinada no setor privado, público ou como domésticos caiu de 44,4% para 40,6%. Paralelamente, o índice de trabalhadores sem carteira assinada ou em ocupações informais aumentou, chegando a 47,5%. A pejotização e a menor carga tributária sobre trabalhadores autônomos explicam parte dessa migração.

A recuperação econômica, impulsionada pelo crescimento do PIB de 2,9% em 2023 e estimados 3% em 2024, contribui para a criação de empregos. A melhora no mercado de trabalho resulta em maior consumo das famílias, fortalecendo setores como serviços e indústria. Contudo, especialistas alertam para o impacto inflacionário e a necessidade de enfrentar gargalos como a baixa produtividade para garantir um crescimento sustentável.

Projeções para os próximos anos indicam desaceleração na geração de empregos e na alta dos rendimentos, alinhada ao menor ritmo de crescimento econômico. A inflação e os desafios estruturais do mercado de trabalho permanecem como obstáculos ao avanço.

*Com informações da DW.


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