CIRA intensifica ações de cobrança e operações contra débitos de ICMS na Bahia

Membros do Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (Cira) em reunião no Ministério Público da Bahia.
Membros do Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (Cira) em reunião no Ministério Público da Bahia.

O Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (Cira) intensificará nos próximos meses as ações de cobrança aos contribuintes que declararam débitos com ICMS mas não efetuaram o pagamento à Fazenda Estadual, caracterizando-se como apropriação de recursos públicos. Empresas que não aderiram ao Programa de Pagamento e Parcelamento Incentivado (Refis), instituído pela Lei Estadual 14.761, têm até agora acumulado débitos não pagos. O Refis foi encerrado no dia 7 de fevereiro de 2025, e, a partir de agora, os contribuintes serão alvos das ações de cobrança promovidas pelo Comitê. A definição das ações para 2025 foi estabelecida em reunião realizada na quinta-feira, 20 de fevereiro, na sede do Ministério Público da Bahia (MPBA), em Salvador.

Empresas que continuarem a acumular débitos de forma recorrente e não regularizarem sua situação fiscal poderão ser alvo de oitivas realizadas pelo MPBA e operações especiais da força-tarefa do Cira. Essa força-tarefa inclui o Grupo Especial de Combate à Sonegação Fiscal (Gaesf) do MPBA, a Inspetoria Fazendária de Investigação e Pesquisa (Infip), vinculada à Secretaria da Fazenda (Sefaz-Ba), e a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) da Polícia Civil. Juntas, essas entidades formam uma rede colaborativa para o combate à sonegação fiscal e crimes tributários.

O Cira conta também com a participação da Secretaria da Administração (Saeb), do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA), e da Procuradoria-Geral do Estado (PGE). Além das ações de cobrança direta, em paralelo ao Refis, o MPBA promoveu cerca de 100 audiências integradas envolvendo investigações criminais relacionadas à sonegação do ICMS. Foram deflagradas também quatro operações especiais, que desarticularam fraudes fiscais estruturadas, com desdobramentos significativos no combate à apropriação indevida de recursos tributários.

O secretário-executivo do Cira, promotor de Justiça Hugo Casciano, afirmou que a intensificação das ações será uma prioridade nos próximos meses. Ele destacou a crescente profissionalização das ações do Comitê e o foco em dívidas tributárias não regularizadas.

“A força-tarefa se concentra nos casos de débito declarado e não pago, e novas operações serão implementadas com esse objetivo”, afirmou Casciano. Ele ressaltou ainda que combater a prática de apropriação indébita tributária é fundamental para garantir que os impostos pagos sejam revertidos em serviços públicos e preservar a justiça tributária.

A reunião do Cira também contou com a presença de outros membros, como o procurador-geral de Justiça, Pedro Maia, que destacou a importância da atuação conjunta para a recuperação de ativos no estado, e o secretário estadual da Fazenda, Manoel Vitório, que enfatizou os resultados obtidos até agora. Vitório mencionou que, somente em 2025, já foram recuperados R$ 37,38 milhões por meio das ações do Cira.

A procuradora-geral do Estado, Bárbara Carmadelli, abordou o trabalho de inteligência e estratégia penal e tributária promovido pelo Comitê, que vai além da perspectiva punitiva, focando também na conscientização dos contribuintes sobre a regularização fiscal.

Por fim, o coordenador do Gaesf, promotor de Justiça Alex Neves, destacou que as ações do Cira não apenas inibem a sonegação, mas também promovem a adesão à conformidade fiscal e à legalidade penal.


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