Declarações do presidente Donald Trump sobre Gaza geram reações e levantam debate sobre ocupação israelense

Após um ano e meio de conflito em Gaza, que resultou em mais de 48 mil mortes, declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a expulsão de palestinos e a transformação da região em um polo turístico geraram reações internacionais. Analistas apontam que o cenário na Faixa de Gaza permanece crítico, com acusações de ataques contra civis e a deterioração das condições humanitárias.
Analistas apontam que o cenário na Faixa de Gaza permanece crítico, com acusações de ataques contra civis e a deterioração das condições humanitárias.

A situação na Faixa de Gaza segue deteriorada após um ano e meio de conflito, que, segundo autoridades locais, deixou mais de 48 mil mortos. A recente declaração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a possibilidade de expulsar palestinos do território e convertê-lo em um centro turístico intensificou o debate sobre a ocupação israelense e o futuro da região. O governo de Israel manifestou apoio à proposta, enquanto organizações humanitárias e lideranças palestinas alertaram para possíveis violações do direito internacional.

O podcast Mundioka ouviu especialistas que analisaram o cenário em Gaza e os impactos das recentes declarações. A palestina Aasma Abu Jidian, residente na região, relatou a destruição causada pelo conflito, afirmando que a maioria das infraestruturas essenciais, como hospitais e escolas, foram severamente afetadas. Criada no Brasil até a adolescência, ela retornou a Gaza temporariamente, mas acabou permanecendo devido ao fechamento das fronteiras após ataques israelenses. Segundo ela, a maior preocupação atualmente é a ausência de condições adequadas para a educação e saúde das crianças.

O secretário de comunicação da Federação Árabe-Palestina do Brasil (Fepal), Marcos Feres, destacou que o atual cessar-fogo entre Israel e o grupo Hamas não oferece garantias para a estabilidade da região, uma vez que a ocupação e as dificuldades humanitárias persistem. Para ele, a estratégia de Israel envolve o direcionamento de ataques contra jornalistas, trabalhadores humanitários e ativistas que testemunham e documentam as ações militares. Segundo Feres, a destruição em Gaza não se iniciou em outubro de 2023, mas faz parte de um processo prolongado de ocupação e deslocamento forçado da população palestina.

O analista palestino afirmou que o apoio do governo norte-americano a Israel é um fator determinante para a continuidade do conflito. Segundo ele, os Estados Unidos, sob diferentes administrações, financiaram e respaldaram militarmente as ações israelenses. Ele argumentou que, apesar das declarações recentes de Trump, o apoio à ocupação de Gaza não se restringe a um único governo ou partido político nos Estados Unidos.

O pesquisador Arturo Hartmann, doutor em relações internacionais e membro do Centro Internacional de Estudos Árabes e Islâmicos da Universidade Federal de Sergipe, afirmou que o controle israelense sobre Gaza se mantém desde 1967, com políticas voltadas à expansão territorial e alteração demográfica. Para ele, a proposta de Trump de remover milhões de palestinos do território representa um crime de guerra e se alinha a estratégias históricas de deslocamento forçado.

O analista avaliou ainda que as ações recentes de Trump indicam uma reconfiguração na política externa dos Estados Unidos. Ele citou a retirada do país de organismos internacionais e o fechamento de agências como a USAID como sinais de mudanças na abordagem norte-americana sobre relações internacionais. Segundo Hartmann, Trump busca novas formas de influência global, abrindo diferentes frentes de atuação, tanto no Oriente Médio quanto em outras regiões.

*Com informações da Sputnik News.


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