Em 2024, a Dívida Pública Federal (DPF) registrou um aumento de 12,2%, superando a marca de R$ 7,3 trilhões, de acordo com os dados divulgados nesta terça-feira (04/02/2025) pelo Tesouro Nacional. O valor, que passou de R$ 6,52 trilhões em 2023 para R$ 7,316 trilhões, reflete a pressão da alta da Taxa Selic e suas implicações sobre a emissão de títulos públicos e a correção dos juros. Em dezembro de 2024, a DPF teve um aumento de 1,55% em relação a novembro, quando o valor estava em R$ 7,204 trilhões.
O crescimento da dívida ficou dentro da banda prevista pelo Plano Anual de Financiamento (PAF) revisado em setembro de 2023. O PAF indicava que a DPF deveria encerrar 2024 entre R$ 7 trilhões e R$ 7,4 trilhões, faixa na qual o estoque da dívida se situou no final do ano. A alta é atribuída, em grande parte, à apropriação de juros pela qual o governo reconhece mensalmente a correção dos juros sobre os títulos públicos, o que foi particularmente impactado pela Selic de 12,25% ao ano em dezembro de 2024.
A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) teve um aumento de 11,13%, subindo de R$ 6,269 trilhões para R$ 6,967 trilhões. O Tesouro Nacional emitiu R$ 24,82 bilhões a mais do que resgatou, com grande parte dessa emissão concentrada em papéis corrigidos pela Taxa Selic, que continuam a atrair investidores devido ao alto nível da taxa de juros. Em termos de emissões, o Tesouro emitiu R$ 1,457 trilhão em títulos da DPMFi, um crescimento de 6,73% em relação a 2023.
Por outro lado, a Dívida Pública Federal externa (DPFe) apresentou um crescimento de 38,87%, passando de R$ 251,46 bilhões para R$ 349,19 bilhões, principalmente em razão da valorização do dólar, que subiu 27,3% em 2024. Esse aumento é explicado pela valorização da moeda norte-americana, que disparou a partir de junho de 2024, influenciada por fatores como o atraso no início da queda dos juros nos Estados Unidos e as incertezas geradas pelas eleições no país.
Outro ponto relevante foi a redução no colchão da dívida pública, reserva financeira utilizada em momentos de turbulência ou de alta concentração de vencimentos. Esse colchão caiu de R$ 982,37 bilhões em 2023 para R$ 860,15 bilhões, o menor nível desde fevereiro de 2016. Esse fundo atualmente cobre 6,24 meses de vencimentos da dívida pública, o que representa o menor nível de cobertura desde o início de 2016.
A composição da DPF também passou por alterações. A proporção de títulos corrigidos pela Selic aumentou de 39,66% para 46,29%, refletindo a maior demanda por papéis atrelados à taxa de juros. Por outro lado, a participação dos títulos prefixados, que haviam sido emitidos com maior volume no início do ano, caiu para 21,99%, devido à instabilidade econômica e à alta dos juros.
O prazo médio da DPF teve um leve aumento, passando de 3,95 para 4,05 anos, o que indica uma renovação gradual da dívida. As instituições financeiras continuam sendo os principais detentores da dívida interna, com 29,5% do estoque, seguidas pelos fundos de pensão e os fundos de investimento. A participação dos não residentes (estrangeiros) também subiu, de 9,5% para 10,2%, apesar das dificuldades enfrentadas no mercado financeiro global.
*Com informações da Agência Brasil.
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