O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta segunda-feira (17/02/2025), em conferência do Fundo Monetário Internacional (FMI) na cidade saudita de Al-Ula, que a inflação no Brasil, atualmente entre 4% e 5%, está em patamar compatível com o histórico do Plano Real. Haddad ressaltou que o país superou o período de inflação em dois dígitos e que fatores externos impactaram a recente variação inflacionária.
“O Brasil tem buscado um caminho de equilíbrio e sustentabilidade, mesmo em um período de ajustes econômicos. A inflação no país esteve em dois dígitos há três anos, mas atualmente se mantém entre 4% e 5%, um nível observado desde a implementação do Plano Real”, afirmou Haddad no painel “Um caminho para a resiliência dos mercados emergentes”.
Apesar da estabilização em um único dígito, a inflação superou o teto da meta em 2024 e deve ultrapassá-lo novamente em 2025, conforme projeções do mercado financeiro. O Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, indica que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve encerrar 2025 em 5,6%, acima do teto da meta de 4,5%. Em 2024, o IPCA foi de 4,83%. O Banco Central justificou o descumprimento da meta por meio de uma carta enviada ao governo, citando a valorização do dólar, impactos climáticos e o aquecimento da economia como fatores determinantes.
No evento, Haddad reafirmou a avaliação do Banco Central e destacou a valorização da moeda norte-americana no segundo semestre de 2024 como um dos principais fatores que influenciaram o aumento da inflação no Brasil.
“A valorização do dólar no cenário global impactou diversas economias, incluindo a brasileira. O Banco Central precisou intervir com ajustes na taxa de juros para manter a inflação sob controle”, explicou.
Com a recente valorização do real, Haddad afirmou que a tendência é de estabilização dos preços. Ele mencionou a redução de 10% na cotação do dólar nos últimos 60 dias como um indicativo positivo para a economia. Atualmente em 13,25% ao ano, a Taxa Selic deve ser elevada para 14,25% na reunião de março do Comitê de Política Monetária (Copom), conforme projeções do Banco Central.
Além da questão inflacionária, Haddad abordou a reforma tributária sobre o consumo, regulamentada no fim de 2024, que, segundo ele, deve impulsionar o crescimento econômico nos próximos anos. O ministro também mencionou a presidência do Brasil no G20 e enfatizou a importância de uma estratégia global voltada para a reestruturação econômica sustentável, alinhando interesses de mercado, redução das desigualdades e transição energética.
A diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, que mediou o debate, ressaltou a importância da adaptação das economias a choques externos. Segundo ela, eventos recentes, como a pandemia de Covid-19 e as mudanças climáticas, reforçam a necessidade de políticas que priorizem a resiliência econômica e a estabilidade financeira diante de cenários adversos.
*Com informações da Agência Brasil.
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