João Serafim de Lima, natural de Poço Escuro, no município de Serra Talhada, em Pernambuco, iniciou sua trajetória profissional no comércio de ouro e joias. Ainda jovem, mudou-se para Paulo Afonso antes de fixar residência em Feira de Santana, em fevereiro de 1957. No município baiano, iniciou suas atividades com uma banca na Praça Dom Pedro II, local de grande circulação de comerciantes e clientes. Sua dedicação ao trabalho e compromisso com a clientela permitiram a ampliação dos negócios, consolidando-o no setor.
A mudança para a Rua Marechal Deodoro, ao lado das Lojas Pernambucanas, possibilitou a expansão de suas atividades e a vinda de familiares e conterrâneos para a cidade. Além de recepcioná-los, fornecia materiais para que também comercializassem produtos e oferecia abrigo temporário em sua residência. O apelido “João do Ouro” surgiu naturalmente em razão da relevância alcançada no ramo.
Apesar de ter cursado apenas o ensino primário, buscou aprimoramento intelectual com aulas ministradas em sua casa. A visibilidade no meio comercial e a influência junto à colônia nordestina chamaram a atenção de lideranças políticas. O ex-governador João Durval manifestou interesse em sua adesão, mas sua trajetória política foi conduzida pelo deputado Hamilton Cohim, com quem João do Ouro mantinha proximidade desde os tempos de comércio na Praça Dom Pedro II.
João do Ouro foi eleito vereador por dois mandatos e teve seu nome cogitado para disputar uma vaga na Assembleia Legislativa da Bahia. Entretanto, sua candidatura foi inviabilizada, levando-o a afastar-se da vida pública. Entre as personalidades com quem manteve contato, destacam-se Colbert Martins da Silva, Chico Pinto, Lomanto Júnior, Ulisses Guimarães e Roberto Santos, que frequentaram sua residência no Largo de São Francisco, na Kalilândia.
Além das atividades políticas e comerciais, mantinha relações com artistas, entre eles Luiz Gonzaga, que o citou na canção Feira do Gado, gravada em parceria com Raimundo Fagner. João do Ouro promovia encontros com repentistas e forrozeiros, contribuindo para a difusão da cultura nordestina na região.
Como reconhecimento por sua trajetória, recebeu o título de Cidadão Feirense e teve seu nome atribuído a uma rua, a um loteamento e a um prédio escolar. Casado com Ozita Serafim de Lima, teve sete filhos, entre eles Genésio Serafim, que seguiu carreira política e exerceu quatro mandatos como vereador. João Serafim de Lima faleceu em 5 de outubro de 1989, aos 59 anos, vítima de um infarto.
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