Os Divinais: O trio feirense que encantou gerações com o romantismo

Os Divinais, um trio vocal de Feira de Santana, marcaram a música brasileira com boleros românticos e melodiosos, encantando gerações entre as décadas de 1960 e 1990. Com influências de trios internacionais, o grupo conquistou uma legião de fãs com seu estilo característico e performances marcantes. Durante sua trajetória, o trio se destacou em várias cidades baianas e, mesmo após a separação, deixou um legado musical inconfundível. A trajetória dos Divinais é uma das mais emblemáticas do romantismo brasileiro.
Os Divinais durante uma apresentação, representando o auge de um movimento musical que marcou a história da cidade de Feira de Santana e o romantismo das décadas de 1960 a 1980.

Os Divinais, trio vocal originário de Feira de Santana, foram responsáveis por um dos maiores fenômenos musicais da cidade, conquistando não apenas o público local, mas também ouvintes de outras cidades baianas e estados vizinhos. Formado por Geraldo Paco-Paco, Missinho e Dida no início, o grupo logo se destacou pela afinação impecável e pela escolha do repertório, que se aproximava ao estilo do Trio Irakitan, um dos maiores ícones da música brasileira, particularmente no gênero bolero. O trio feirense fez parte de um movimento musical que refletiu os anseios de uma época marcada pela busca do romantismo e pela melodia cadenciada.

Nos primeiros anos de sua carreira, Os Divinais mostraram-se influenciados por trios internacionais como Los Panchos e Guaranis, ao adotar uma linha melódica similar à do Trio Irakitan. Essa semelhança sonora fez com que os dois grupos fossem frequentemente comparados, e foi uma das razões pelas quais Os Divinais alcançaram grande popularidade, principalmente em Feira de Santana. O trio teve sucesso com apresentações em clubes sociais, festas, eventos e shows em outras cidades da Bahia. A performance da banda fez com que o público ficasse encantado, e durante uma apresentação no Feira Tênis Clube, os integrantes do Trio Irakitan conheceram Os Divinais, demonstrando grande admiração pelo grupo feirense.

A morte de Edinho, integrante do Trio Irakitan, abriu uma oportunidade para que Valtinho, um dos fundadores de Os Divinais, fosse cogitado para substituir o vocalista falecido. Contudo, a carreira de Os Divinais foi marcada por desafios e transformações, incluindo a morte de Dida em 1992, o que resultou na dissolução do trio. Mesmo assim, Valtinho e Missinho continuaram a se apresentar em eventos, realizando apresentações em dueto, sem deixar que o legado do trio fosse esquecido.

Em 2011, o duo participou da gravação do CD “Bésame Mucho”, de Milton Brito, uma coletânea de boleros que resgatava a memória musical do gênero. Esta foi a última produção de Valtinho e Missinho juntos, simbolizando o fim de uma era. A popularidade do trio ainda é lembrada por muitos, que associam sua história à época de ouro do romantismo musical.

Após o fim de Os Divinais, Valtinho recebeu convites para integrar outros grupos musicais, como o Alma Latina de Salvador, mas optou por não seguir esse caminho. Apesar do convite, ele reconheceu que, no atual cenário musical brasileiro, é difícil encontrar espaço para manifestações artísticas como a do Trio Irakitan e dos Divinais. A dificuldade de preservar e divulgar a música romântica na atualidade é uma realidade que ele lamenta, refletindo sobre o quanto o mercado musical mudou desde a época áurea dos trios vocais.


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