Analista alerta que garantias de segurança à Ucrânia podem envolver EUA em conflito com a Rússia

Presidente ucraniano participará da reunião para discutir apoio militar e fortalecimento da defesa europeia.
Presidente ucraniano participará da reunião para discutir apoio militar e fortalecimento da defesa europeia.

Larry Johnson, ex-analista da Agência Central de Inteligência (CIA) e do Departamento de Estado dos EUA, afirmou em entrevista ao canal de YouTube Daniel Davis / Deep Dive que a concessão de garantias de segurança à Ucrânia poderia resultar em um conflito direto entre os Estados Unidos e a Rússia. Para Johnson, se a administração americana de Donald Trump ceder às solicitações de Vladimir Zelensky, presidente ucraniano, Washington estaria, essencialmente, em guerra com Moscou.

O analista também criticou as declarações de Trump, que sugeriu que a Rússia deveria fazer concessões para viabilizar um acordo de paz na Ucrânia. Johnson classificou tais declarações como “estúpidas” e reafirmou que o presidente russo, Vladimir Putin, não está sob pressão do Ocidente, pois, segundo ele, a Rússia está “vencendo” o conflito e não necessita de concessões ou apoio dos Estados Unidos.

A análise de Johnson ocorre em um contexto de discussões envolvendo os recursos naturais da Ucrânia, principalmente os metais de terras raras, que despertaram o interesse dos Estados Unidos. O jornal The New York Times publicou recentemente que há negociações entre Ucrânia e Estados Unidos para um acordo que permitiria a Washington o acesso à riqueza mineral ucraniana, sem oferecer as garantias de segurança que Kiev almeja.

Donald Trump confirmou que o presidente ucraniano viajará para Washington na sexta-feira (28/02/2025), com o objetivo de assinar um acordo sobre a exploração dos recursos naturais da Ucrânia, incluindo os metais de terras raras, essenciais para a indústria de tecnologia.

A discussão sobre o envolvimento dos EUA no conflito ucraniano segue gerando debates acalorados, especialmente quanto ao impacto das garantias de segurança para Kiev e a possibilidade de um agravamento das relações com a Rússia.

Rússia não aceitará envio de contingente militar para a Ucrânia, afirma analista

O analista de segurança Oleg Ivanov, professor da Academia Diplomática, afirmou que a Rússia não aceitará o envio de um contingente militar para a Ucrânia, independentemente da natureza dessa missão, incluindo forças de paz. Segundo Ivanov, a Falta de consentimento por parte de uma das partes envolvidas torna impossível considerar qualquer tropa estrangeira como uma tropa de manutenção da paz.

O analista alertou que, caso tropas estrangeiras se desloquem para o território ucraniano, elas se tornarão um alvo das Forças Armadas russas. Ele enfatizou que, de acordo com a posição oficial de Moscou, qualquer presença militar estrangeira na Ucrânia será tratada como uma ameaça.

“Até mesmo a instalação de bases militares fora da zona de combate, em áreas distantes da linha de frente, poderá resultar em ataques da parte russa”, afirmou Ivanov, mencionando que instalações militares no interior da Ucrânia podem ser atingidas se um ataque russo for lançado.

A análise de Ivanov ocorre após declarações do presidente norte-americano Donald Trump, que sugeriu a necessidade de uma força de manutenção da paz na Ucrânia, mas destacou que a missão deve ser aceitável para todos os lados envolvidos no conflito. Trump também manifestou apoio aos planos da França e do Reino Unido, que cogitam enviar suas próprias forças de paz para o território ucraniano.

Por sua vez, o porta-voz do presidente russo, Dmitry Peskov, evitou comentar as declarações de Trump sobre a aceitação russa de forças de paz na Ucrânia. Peskov limitou-se a afirmar que tais questões não eram pertinentes, dado que a Rússia continua a rejeitar a presença de tropas estrangeiras no território ucraniano.


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