Duas a cada cinco mulheres mortas de forma violenta na Bahia são vítimas de feminicídio, aponta pesquisa

A Bahia registrou 111 feminicídios em 2024, representando uma redução de 3,5% em relação ao ano anterior.
A Bahia registrou 111 feminicídios em 2024, representando uma redução de 3,5% em relação ao ano anterior.

A Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), em colaboração com a Secretaria da Segurança Pública do Estado da Bahia (SSP-BA), apresentou o infográfico “Feminicídios na Bahia 2025”. Este estudo tem como base os dados dos Boletins de Ocorrência (BO) registrados pela Polícia Civil (PC) entre 2017 e 2024, e tem o objetivo de caracterizar e apresentar o perfil das vítimas de feminicídios no estado.

De 2017 a 2024, a Bahia registrou 790 feminicídios, o que significa uma média de uma mulher morta a cada três dias devido à violência de gênero. Em 2024, foram registrados 111 feminicídios, uma redução de 3,5% em comparação com 2023, quando houve 115 casos. Essa diminuição, embora pequena, reflete um padrão de oscilação nas taxas de feminicídios ao longo dos últimos anos.

O estudo revelou que, em 2024, 1,4 mulheres a cada 100 mil baianas foram vítimas de feminicídio, um aumento em relação ao ano de 2017, quando a taxa era de 1 mulher a cada 100 mil mulheres na Bahia. O levantamento também destaca que duas a cada cinco mulheres mortas de forma violenta foram vítimas de feminicídios, o que reforça a magnitude do problema de violência de gênero no estado.

Em relação aos métodos utilizados nos feminicídios, 45,5% dos casos foram cometidos com armas brancas, como facas e facões, enquanto 26,3% ocorreram com armas de fogo. Já 8,1% dos casos envolveram o uso de objetos contundentes e 20,2% foram cometidos com outros instrumentos não especificados.

Quanto ao local onde ocorreram os feminicídios, 72,1% dos crimes aconteceram dentro do domicílio da vítima. Em relação à autoria dos crimes, 84,4% dos casos envolviam parceiros íntimos da vítima, incluindo companheiros, ex-companheiros e namorados.

O perfil das vítimas mostra que a maioria delas tinha idades entre 30 e 49 anos, era negra (pretas e pardas) e não solteira. Esses dados evidenciam a relação direta entre violência doméstica e feminicídios, apontando a necessidade de medidas mais eficazes no enfrentamento da violência de gênero.

O levantamento, ao caracterizar e sistematizar os dados, visa subsidiar a criação de políticas públicas mais efetivas para a proteção das mulheres vítimas de violência, além de fornecer subsídios para o aprimoramento das ações preventivas e repressivas no estado.


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