A situação humanitária em Gaza se deteriorou após quatro noites consecutivas de bombardeios israelenses e 19 dias de bloqueio à ajuda humanitária, agravando a crise na região. A coordenadora das Nações Unidas para o Processo de Paz no Oriente Médio, Sigrid Kaag, prestou homenagem aos trabalhadores humanitários durante sessão do Conselho de Segurança da ONU nesta terça-feira (18/03/2025).
Kaag destacou a morte de um funcionário da ONU em uma explosão que também deixou cinco feridos em estado grave em uma zona classificada como livre de conflito. Ela ressaltou a urgência da retomada das negociações de cessar-fogo, a garantia de acesso humanitário irrestrito e a libertação imediata e incondicional dos reféns mantidos pelo Hamas.
Segundo fontes israelenses, 59 pessoas continuam em cativeiro, vivas ou mortas, de um total de 251 sequestrados em 07 de outubro de 2023 por militantes do Hamas e grupos aliados. Kaag informou ainda que, entre 07 de dezembro de 2024 e 13 de março de 2025, 21 funcionários da ONU foram mortos em Gaza.
Ela reforçou os apelos do secretário-geral da ONU para esforços que encerrem o sofrimento humano, com mediações voltadas para o fim da guerra e o planejamento da recuperação e reconstrução da Faixa de Gaza.
Os bombardeios israelenses foram registrados pela quarta madrugada consecutiva desde o fim do cessar-fogo na última segunda-feira (17/03/2025). Segundo a ONU, a situação é grave e o número de vítimas cresce de forma acelerada. O Ministério da Saúde de Gaza, ligado ao Hamas, contabiliza 600 mortes, das quais 200 são mulheres e crianças.
O vice-diretor sênior da Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos (Unrwa), Sam Rose, afirmou que a maior parte das mortes ocorreu durante a madrugada. Ele relatou a reocupação pelas forças de segurança israelenses do Corredor Netzarim, que atravessa Gaza de norte a sul.
Durante coletiva em Genebra, Rose detalhou o impacto das novas ordens de evacuação israelenses que atingem 100 mil habitantes, além da interrupção das entregas de ajuda humanitária desde 02 de março de 2025. Ele classificou o período como o mais longo sem assistência humanitária desde o início do conflito, em outubro de 2023, após os ataques do Hamas ao sul de Israel.
Rose alertou que, sem a restauração do cessar-fogo, civis palestinos enfrentarão perdas e traumas mais intensos. Cerca de 1 milhão de pessoas podem ficar sem acesso à alimentação ainda este mês, com seis das 25 padarias apoiadas pelo Programa Mundial de Alimentos da ONU já fechadas.
O representante da Unrwa ressaltou o risco de retorno à situação observada nos momentos mais críticos do conflito, com aumento de saques, agitação e frustração entre a população de Gaza.
*Com informações da ONU News.
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