Impactos das tarifas do presidente Donald Trump podem elevar juros no Brasil, projeta OCDE

A OCDE divulgou nesta segunda-feira (17/03/2025) análise sobre os efeitos das tarifas dos EUA nas exportações brasileiras.
A OCDE divulgou nesta segunda-feira (17/03/2025) análise sobre os efeitos das tarifas dos EUA nas exportações brasileiras.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) alertou nesta segunda-feira (17/03/2025) que as tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, sobre aço e alumínio podem impactar o crescimento econômico do Brasil e aumentar a taxa de juros básica do país. O Brasil é o segundo maior fornecedor desses insumos ao mercado norte-americano, e as tarifas de 25% para o aço e 10% para o alumínio devem reduzir a demanda por exportações brasileiras e afetar negativamente a economia interna.

O relatório da OCDE projeta que o impacto da guerra comercial pode fazer a taxa Selic aumentar entre 1,25 e 1,5 ponto percentual, atualmente em 13,25% ao ano. A entidade também aponta para um aumento da inflação, que deve alcançar 5,4% em 2025, superando o teto de 4,5% estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional. Além disso, a OCDE revisou para baixo sua previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2025, de 2,3% para 2,1%, e também diminuiu a expectativa de alta para 2026, passando de 1,9% para 1,4%. A análise sugere que a guerra comercial entre os Estados Unidos e outros países terá um efeito direto na demanda global, impactando o crescimento da economia brasileira.

Enquanto a OCDE aponta para um cenário econômico mais difícil, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) diverge da visão da organização internacional. Em relatório divulgado na semana passada, o IPEA minimizou o impacto das tarifas dos EUA sobre a economia brasileira, estimando que o efeito no PIB será residual, cerca de 0,01%. De acordo com o IPEA, o setor de metais ferrosos será o mais afetado, com uma queda na produção de 2,19% e uma redução de 11,27% nas exportações desse setor. Contudo, o instituto indicou um aumento de 8,95% na produção doméstica de metais ferrosos. No total, o Brasil pode perder cerca de US$ 1,5 bilhão em exportações do setor siderúrgico, com destaque para a queda nas exportações de Canadá e México, que devem ser os países mais impactados pelas tarifas.

Em um cenário mais amplo, a OCDE também revisou suas previsões de crescimento mundial para 2025, reduzindo sua estimativa de 3,3% para 3,1% devido aos efeitos das tarifas comerciais e outros fatores econômicos globais.

*Com informações da Sputnik News.


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