Juros não devem ficar abaixo de 15% até o fim de 2025 sem flexibilização, afirma economista

Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central do Brasil.
Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central do Brasil.

Nesta terça-feira (18/03/2025), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central iniciou a primeira etapa da reunião que define os rumos da taxa básica de juros (Selic). Este é o segundo encontro sob a presidência de Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A expectativa de economistas ouvidos é que o Copom mantenha o ajuste de 1 ponto percentual previsto desde a última ata. Com isso, a Selic passaria de 13,25% para 14,25% ao ano, igualando o nível alcançado durante o governo Dilma Rousseff entre 2015 e 2016.

Gilberto Braga, professor do Ibmec Rio, avalia que a atual reunião ainda reflete interferências da gestão anterior de Roberto Campos Neto. Para o especialista, a política de Galípolo será totalmente observada apenas na reunião marcada para maio.

“A partir dessa data, saberemos com clareza qual é a real orientação da nova presidência do Banco Central”, afirma.

O economista destaca ainda que o mercado financeiro mantém projeções divergentes sobre o futuro da taxa de juros.

“Há quem acredite na continuidade da elevação e outros que projetam o fim do ciclo de alta no segundo semestre. Contudo, não se espera que a taxa fique abaixo de 15% até 31 de dezembro de 2025“, pontua Braga.

O Banco Central utiliza o controle da Selic como principal mecanismo para garantir que a inflação permaneça dentro da meta estabelecida. Segundo Vivian Almeida, professora do Ibmec, a autoridade monetária já sinalizou que não haverá flexibilização da política de controle inflacionário.

“Todos os instrumentos disponíveis serão utilizados para conter a aceleração da inflação”, afirma.

Everlam Elias Montibeler, professor da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), reforça que o aumento dos preços, especialmente dos alimentos, envolve variáveis externas como questões climáticas e taxações do governo dos Estados Unidos.

“O cenário não depende apenas da taxa de juros”, observa.

O uso da Selic como ferramenta de contenção inflacionária também impacta diretamente o acesso ao crédito e as decisões de investimento. Almeida explica que “o aumento da taxa torna mais caras decisões produtivas como ampliar empresas, contratar trabalhadores ou investir em produção, o que pode reduzir a geração de empregos”.

Diante do cenário, o governo federal tem adotado medidas para estimular o consumo e equilibrar os efeitos das altas de juros. Entre as ações estão a liberação de recursos do FGTS e o reposicionamento do crédito consignado no setor privado. Para Braga, “essas medidas buscam ampliar a capacidade aquisitiva da população e recuperar o apoio à gestão atual”.

*Com informações da Sputnik News.


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