Ministro Fernando Haddad defende reforma tributária como projeto de longo prazo e critica atuação de Jair Bolsonaro

Ministro da Fazenda reafirma foco na simplificação do sistema tributário durante evento da Fiesp.
Ministro da Fazenda reafirma foco na simplificação do sistema tributário durante evento da Fiesp.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (25/03/2025) que a reforma tributária proposta pelo governo federal não possui objetivos eleitorais, mas está estruturada como um projeto de longo prazo para o país. A declaração foi feita durante evento da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), onde Haddad defendeu a modernização do sistema de tributos brasileiro.

O ministro reforçou que o governo atua para simplificar o sistema tributário e reduzir distorções que impactam a economia nacional. Segundo Haddad, o foco da proposta é criar um ambiente fiscal mais eficiente, sem considerar os efeitos políticos de curto prazo.

“Nós não nos preocupamos com os efeitos políticos e eleitorais imediatos da reforma, mas naquilo que vai ser o melhor para o país no médio e longo prazo”, declarou Haddad.

Durante o evento, Haddad criticou a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), apontando tentativas de interferência no Congresso para impedir o avanço das mudanças no modelo tributário. O ministro relembrou que a única ação efetiva do governo anterior sobre o tema foi a redução de impostos sobre jet skis, sem avançar nas propostas estruturais.

“Infelizmente, o único candidato que não incorporou essa proposta de reforma tributária foi exatamente o que ganhou a eleição. As PECs 45 e 110 evoluíram, mas na hora da votação as comissões foram dissolvidas e o sonho acabou ali por decisão do Executivo”, afirmou o ministro.

Haddad também alertou para os desafios que o país ainda enfrenta na implementação da reforma, especialmente a atuação de setores que buscam manter exceções tributárias. O ministro destacou que até 2032 o Congresso terá a possibilidade de reavaliar e reduzir essas exceções para que a alíquota-padrão se aproxime da alíquota média.

A reforma tributária aprovada prevê a substituição de cinco tributosPIS, Cofins, ICMS, IPI e ISS — pela criação do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS). Também será instituído o Imposto Seletivo (IS), que incidirá sobre produtos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente.

O cronograma de transição para o novo sistema iniciará em 2026, com alíquotas de teste para o IBS e a CBS. A partir de 2027, os tributos antigos começarão a ser extintos gradualmente, enquanto o IS começará a ser cobrado. A transição será concluída em 2033, com a substituição completa dos impostos municipais e estaduais.

Haddad destacou que o governo federal manterá o compromisso com a execução da reforma e chamou atenção para a necessidade de resistência contra lobbies que busquem manter regimes diferenciados de tributação.

“O Congresso deve resistir até 2032 para garantir que o país tenha um sistema tributário mais justo e eficiente”, concluiu.

*Com informações da Sputnik News.


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