Presidente da Rússia propõe administração transitória da ONU na Ucrânia

Presidente russo sugere novo governo para organizar eleições e negociar um acordo de paz.
Presidente russo sugere novo governo para organizar eleições e negociar um acordo de paz.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, propôs na sexta-feira (28/03/2025) a criação de um governo transitório na Ucrânia, sob coordenação da ONU, com o objetivo de organizar eleições presidenciais antes da negociação de um acordo de paz. A sugestão ocorre enquanto aliados europeus de Kiev discutem garantias para um possível cessar-fogo.

Na quinta-feira (27/03/2025), líderes do Reino Unido e da França se reuniram em Paris para debater medidas de segurança na Ucrânia. Entre as propostas, foi mencionada a implantação de uma força de segurança internacional. Além disso, o Ministério francês das Forças Armadas anunciou um encontro entre ministros da Defesa dos países aliados da Ucrânia para o dia 10 de abril, em Bruxelas. Uma missão franco-britânica deve visitar Kiev nos próximos dias para discutir a reestruturação do Exército ucraniano.

Putin defende transição de governo na Ucrânia

Durante um encontro com marinheiros russos em Murmansk, no noroeste da Rússia, Putin declarou que a transição política na Ucrânia poderia ser debatida com os Estados Unidos e parceiros europeus, sob supervisão da ONU. Segundo ele, essa mudança permitiria a realização de eleições democráticas e a formação de um novo governo com legitimidade para negociar um acordo de paz.

A Rússia não reconhece Volodymyr Zelensky como presidente da Ucrânia desde maio de 2024, quando seu mandato expirou. Putin mencionou que a ONU já coordenou administrações transitórias em conflitos anteriores, citando o caso de Timor-Leste em 1999.

O líder russo também afirmou que as forças militares do país mantêm a iniciativa estratégica em toda a linha de frente na Ucrânia e declarou que a situação precisa ser compreendida pelo povo ucraniano.

Ataques a infraestruturas energéticas

A Rússia acusou a Ucrânia de atacar infraestruturas energéticas em seu território na quinta (27/03) e sexta-feira (28/03), alegando que Kiev violou um acordo que deveria proibir esse tipo de ofensiva.

O Ministério da Defesa da Rússia afirmou que as promessas públicas de Zelensky de cessar os ataques eram uma estratégia política. Segundo Moscou, um ataque ucraniano com mísseis Himars, fabricados nos EUA, atingiu uma estação de medição de gás em Suzha, na região russa de Kursk, causando um grande incêndio. Kiev negou as acusações e declarou que forças russas atacaram instalações de energia na Ucrânia.

As acusações ocorrem dias após negociações separadas entre russos e ucranianos na Arábia Saudita. Os EUA anunciaram em 25 de março que ambos os países haviam concordado em medidas para evitar ataques contra instalações energéticas, mas sem definir prazos ou condições específicas.

Putin declarou uma moratória de 30 dias sobre ataques a infraestruturas energéticas em 18 de março, após uma conversa com o presidente dos EUA, Donald Trump. No entanto, o Kremlin recusou uma proposta americana para um cessar-fogo de um mês, que havia sido aceita por Kiev.

*Com informações da RFI.


Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe to get the latest posts sent to your email.

Facebook
Threads
WhatsApp
Twitter
LinkedIn

Deixe um comentário

Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading

Privacidade e Cookies: O Jornal Grande Bahia usa cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso deles. Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte: Política de Cookies.