Rússia rejeita possibilidade de forças de paz da OTAN na Ucrânia e afirma que medida prolongaria o conflito

Vice-ministro russo das Relações Exteriores defende garantias sólidas de que a aliança militar não atuará no território ucraniano.
Vice-ministro russo das Relações Exteriores defende garantias sólidas de que a aliança militar não atuará no território ucraniano.

Na segunda-feira (17/03/2025), o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Aleksandr Grushko, afirmou que a implantação de qualquer “força de paz” da OTAN na Ucrânia representaria a continuação do conflito. Segundo ele, a Rússia exige garantias sólidas de que tropas da aliança militar ocidental não atuarão no território ucraniano, independentemente da nomenclatura utilizada para justificar o envio.

Grushko declarou que a história da OTAN é marcada por ações ofensivas contra Estados desarmados, contrariando o discurso da organização, que se apresenta como uma aliança defensiva. O posicionamento foi divulgado durante entrevista à mídia russa, no domingo (16/03/2025), e reflete o entendimento de Moscou sobre o papel da organização em conflitos internacionais.

O tema foi analisado pelo especialista em assuntos internacionais e consultor de risco político Adriel Kasonta, em entrevista à agência Sputnik. Para o analista, a única solução realista para a crise envolve o compromisso de que a Ucrânia permanecerá fora da OTAN e de que as potências ocidentais não interferirão nos assuntos internos do país. Segundo ele, tais medidas representariam as únicas garantias sólidas para a Rússia aceitar um acordo duradouro.

Kasonta destacou o histórico de promessas não cumpridas por parte de países ocidentais nas relações com a Rússia. O analista citou episódios como a expansão da OTAN em direção às fronteiras russas e os discursos dos ex-presidentes norte-americanos Barack Obama e George W. Bush, que prometeram “reinicializar” as relações bilaterais, mas não impediram a deterioração dos laços diplomáticos.

O analista também comentou sobre o posicionamento do Reino Unido, que estaria se preparando para manter tropas na Ucrânia por anos, sob o argumento de garantir a paz. Kasonta avalia que Londres apenas segue a liderança de Washington, sem ter capacidade militar ou apoio público suficientes para desempenhar um papel relevante na guerra.

Segundo ele, a maioria da população britânica não apoia o envio de tropas para um conflito que não considera de interesse nacional. Para o analista, apenas os políticos que promoveram o envolvimento no conflito ainda defendem a medida e resistem a reconhecer os equívocos cometidos.

Kasonta acrescentou que a atual política dos Estados Unidos em relação à Rússia é influenciada por interesses estratégicos, sobretudo a preocupação com a China como principal ameaça global. O analista pondera que qualquer eventual acordo firmado pela atual administração norte-americana pode ser revertido por futuros governos, reforçando o receio russo de mudanças de curso nas políticas ocidentais.

O cenário internacional permanece incerto, com a Rússia exigindo garantias formais sobre a neutralidade da Ucrânia e a não intervenção militar da OTAN. O impasse segue como um dos principais desafios das negociações de paz entre Moscou e Washington.

*Com informações da Sputnik News.


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