O aumento do custo do cacau em nível mundial tem refletido no valor dos produtos tanto para a Páscoa quanto para a produção do setor, com alta de 180% em dois anos. O impacto da quebra de safra nos principais países produtores africanos, especialmente na Costa do Marfim, tem gerado instabilidade no mercado, que deve persistir nesta temporada.
Aumento no preço e impacto na produção de chocolates
A alta no custo da matéria-prima afetou o preço dos ovos de Páscoa, com um aumento médio de 14% nos valores dos produtos, como bombons e miniovos. As colombas pascais também registraram 5% de aumento. A Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicad) prevê uma retração de cerca de 20% na produção total de ovos de Páscoa, em comparação com o ano anterior. No entanto, a associação estima que o número de contratações temporárias no setor aumentará 26%, com 9,6 mil trabalhadores previstos para a temporada de 2025.
Atenuando o impacto com estratégias de diversificação
Com o aumento de custos, o setor tem adotado estratégias de diversificação de portfólio, oferecendo produtos menores e mais variados. Isso busca contornar a elasticidade da demanda, uma vez que o chocolate não é considerado um produto essencial, o que facilita a redução de consumo em momentos de aumento de preços. Pequenos produtores, como Dayane Cristin, que confecciona trufas e ovos de Páscoa, têm enfrentado desafios ao pesquisar fornecedores para garantir preços mais baixos e manter a competitividade no mercado.
Desafios na produção e perspectiva de recuperação
Apesar das dificuldades, Dayane Cristin, que vende seus produtos diretamente no transporte público de São Paulo, destaca que, mesmo com o aumento nos custos de matéria-prima, ela conseguiu adaptar sua produção e ajustar seus preços. Ela aumentou o valor de suas trufas, passando de R$ 3 para R$ 4 por unidade devido às altas nos preços de produtos como chocolate branco, leite condensado e creme de leite.
Expectativas de aumento de safra no Brasil
No Brasil, a produção de cacau tem uma perspectiva de aumento após quedas sucessivas. O país, atualmente o sexto maior produtor mundial, tem visto investimentos em áreas não tradicionais, como o cerrado baiano, onde o cultivo é realizado com irrigação e uso intensivo de tecnologias. A expectativa é que, com a recuperação da cultura cacaueira, o Brasil consiga melhorar sua oferta interna e aumentar o processamento do cacau, gerando produtos com maior valor agregado tanto para o mercado interno quanto para o externo.
Tecnologia e cooperação internacional
A tecnologia tem desempenhado um papel fundamental no aumento da produtividade e eficiência no setor. Processos como a quebra do cacau, a fermentação e a armazenagem têm sido aprimorados, aumentando a qualidade do produto e a eficiência do uso da mão de obra. Além disso, parcerias internacionais, como a missão da ApexBrasil à Costa do Marfim, Gana e Nigéria, buscam aumentar os ganhos das nações produtoras e melhorar as condições do setor em países que dominam as lavouras, mas detêm uma fatia menor da renda global do cacau.
*Com informações da Agência Brasil.
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