Na quarta-feira (14/04/2025), o Brasil tornou-se o primeiro país a integrar a cultura oceânica no currículo escolar, com a assinatura de um protocolo de intenções em Brasília. A decisão foi destacada pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), que reconheceu o país como pioneiro no tema. A medida reflete o compromisso do Brasil com a preservação e a compreensão do oceano como regulador climático e fonte essencial de vida.
O currículo azul será implementado nas escolas de todo o Brasil, com adaptações conforme as especificidades regionais. Essa ação, que visa promover uma educação holística sobre o oceano, reforça a importância do mar para a erradicação da pobreza, promoção da saúde, cultura, economia, inovação tecnológica e justiça ambiental. A iniciativa faz parte de um esforço global da Unesco, que orienta seus Estados-membros a inserir o tema nos currículos escolares até 2025.
O copresidente do grupo de especialistas em Cultura Oceânica da Unesco, Ronaldo Christofoletti, afirmou que o currículo nasce de uma escuta ativa e plural da sociedade brasileira. A visão é formar cidadãos conscientes da relevância do oceano para o Brasil e para a resiliência climática global, especialmente considerando que o país tem uma relação histórica com o mar.
A medida está alinhada à Década das Nações Unidas da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável 2021-2030 e visa preparar o Brasil para a COP30, Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, marcada para novembro de 2025 em Belém, Pará. A Unesco destaca que, com essa iniciativa, o Brasil assume um papel de liderança no enfrentamento das mudanças climáticas.
A ação foi resultado de uma colaboração estratégica entre o Ministério da Educação, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil, a Unesco, universidades federais, administrações locais e redes escolares. Além do currículo azul, o Brasil tem avançado com outras ações estruturantes, como o fortalecimento do Programa Escola Azul, que já mobiliza mais de 100 mil estudantes em todo o país.
A ministra de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, explicou que o Ministério tem liderado várias iniciativas de educação oceânica, como clubes de ciência, formação de jovens embaixadores do oceano e a expansão internacional da Olimpíada do Oceano.
A Unesco também reconheceu o Brasil como uma referência global em educação oceânica, destacando que a transformação do conhecimento científico em políticas públicas concretas é um exemplo para o mundo.
O marco inicial dessa iniciativa ocorreu em Santos, São Paulo, onde foi aprovada a Lei Municipal nº 3.935, de 2021, que tornou a cultura oceânica política pública educacional obrigatória em escolas municipais. Esse movimento ganhou escala nacional, com mais de 100 mil alunos participando ativamente do Programa Escola Azul e com 20 municípios e quatro estados já adotando formalmente a cultura oceânica em seus currículos escolares.
*Com informações da ONU News.
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