Na segunda-feira (14/04/2025), o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, reuniu-se com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Casa Branca. O encontro consolidou uma nova fase de cooperação entre os dois países, com foco na deportação de imigrantes em situação irregular e no combate ao crime organizado. Durante a reunião, Bukele confirmou que aceitará cidadãos deportados dos EUA, mesmo diante de controvérsias jurídicas envolvendo erros administrativos.
Donald Trump reafirmou a política migratória de “tolerância zero”, criticando administrações anteriores e reiterando sua oposição à permanência de imigrantes sem documentação. O presidente norte-americano agradeceu a El Salvador pelo apoio logístico na recepção dos deportados, apontando a cooperação como essencial para a estratégia de segurança nacional.
O governo salvadorenho se comprometeu a abrigar mais de 250 pessoas deportadas em uma mega prisão construída especialmente para esse fim, o Centro de Confinamento do Terrorismo (Cecot). Entre os detidos estão venezuelanos acusados de integrar o Tren de Aragua, grupo classificado como terrorista pelos EUA em fevereiro de 2025. O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, anunciou o envio de mais dez indivíduos nas próximas semanas.
Durante a coletiva, Bukele afirmou não possuir meios legais para devolver ao território norte-americano cidadãos deportados indevidamente, como o caso de Kilmar Ábrego García, expulso por erro administrativo. O governo dos EUA exige seu retorno, mas El Salvador alega ausência de jurisdição. O impasse evidencia lacunas legais na execução da política migratória acelerada pela Casa Branca.
Donald Trump sugeriu que cidadãos norte-americanos condenados por crimes violentos poderiam ser deportados para El Salvador, caso a legislação permita. A proposta foi encaminhada à secretária de Justiça, Pam Bondi, para análise. A sugestão ocorre no contexto de uma série de decretos assinados por Trump com base em uma lei do século XVIII, que autoriza a expulsão imediata de suspeitos de envolvimento com organizações criminosas.
Além da pauta migratória, a reunião abordou aspectos econômicos. El Salvador recebeu US$ 6 milhões dos Estados Unidos como parte do acordo de cooperação em segurança. O país, no entanto, permanece sujeito a tarifas comerciais de até 10%, impostas pela administração norte-americana. Segundo o Banco Central de El Salvador, cerca de US$ 2,1 bilhões em exportações — compostas por têxteis, açúcar e café — são direcionadas ao mercado dos EUA.
As remessas de salvadorenhos vivendo nos Estados Unidos continuam sendo elemento central da economia nacional. Em 2024, essas transferências representaram 23% do PIB de El Salvador, somando US$ 8,5 bilhões. Nos primeiros dois meses de 2025, houve crescimento de 14% nas remessas, impulsionado pelo aumento das deportações.
*Com informações da RFI.
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