A guerra comercial entre os Estados Unidos e a China foi apontada como um fator que ampliou a liderança do Brasil no setor agrícola global, especialmente no que diz respeito à exportação de produtos como soja, carne bovina e aves para o mercado chinês. O Brasil se posiciona para aumentar sua participação nas exportações agrícolas, enquanto os agricultores norte-americanos enfrentam desafios devido às tarifas impostas pelos dois países.
A disputa tarifária, que resultou em tarifas recíprocas entre os EUA e a China, tem beneficiado o setor agrícola brasileiro, uma vez que Pequim busca fornecedores alternativos para produtos como soja e carne bovina, historicamente importados dos Estados Unidos. De acordo com o Financial Times, o Brasil tem aumentado suas exportações para a China, consolidando sua posição como maior fornecedor de alimentos para o gigante asiático, mesmo antes do aumento das tarifas por parte de Donald Trump.
No primeiro trimestre de 2025, as exportações de carne bovina do Brasil para a China aumentaram em 33%, enquanto as importações chinesas de aves cresceram 19% em março. Esses números evidenciam a crescente demanda externa e refletem um movimento de diversificação das fontes de fornecimento da China. Esse cenário também levou a soja brasileira a ser negociada a preços mais baixos do que a soja norte-americana, tornando o Brasil uma opção mais competitiva para o mercado chinês.
Em contrapartida, as exportações agrícolas dos Estados Unidos para a China diminuíram significativamente. As remessas caíram 54% em janeiro de 2025, especialmente afetando produtos como sorgo e soja, com a China representando historicamente 90% das exportações de sorgo dos EUA e aproximadamente metade das exportações de soja. Os agricultores norte-americanos, ainda se recuperando da primeira guerra comercial com a China, enfrentam uma nova fase de incertezas e dificuldades.
Em adição às dificuldades para os EUA, a China bloqueou uma parte significativa das exportações de carne bovina dos Estados Unidos, ao não renovar os registros necessários para que os frigoríficos norte-americanos pudessem exportar para o país asiático. Esse movimento fortaleceu a posição do Brasil, que, com sua produção agrícola robusta, está pronto para absorver a demanda crescente da China, enquanto países da União Europeia (UE) também começam a olhar para o Brasil como uma alternativa viável em vez dos EUA.
Apesar das vantagens que a guerra comercial oferece ao Brasil, a infraestrutura logística do país ainda apresenta desafios, com gargalos nos portos frequentemente dificultando o fluxo das exportações. Contudo, a disputa comercial pode trazer investimentos para o setor logístico brasileiro, já que a China e a UE podem se voltar para o país em busca de fornecedores estáveis e competitivos. A expectativa é que a UE, que já planeja aplicar tarifas retaliatórias sobre produtos norte-americanos, também intensifique suas compras de proteínas para ração animal no Brasil.
*Com informações da Sputnik News.
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