Hamas propõe libertação de todos os reféns em troca do fim da guerra em Gaza

Declaração foi feita após rodada de negociações no Egito, com mediação de Estados Unidos, Egito e Catar.
Declaração foi feita após rodada de negociações no Egito, com mediação de Estados Unidos, Egito e Catar.

Um alto dirigente do Hamas afirmou que o grupo está disposto a libertar todos os reféns israelenses em troca do encerramento da ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza. A declaração ocorreu após uma delegação do Hamas participar de negociações no Cairo com autoridades do Egito e do Catar, que atuam como mediadores, junto com os Estados Unidos, em busca de uma nova trégua.

Segundo o porta-voz Taher al-Nounou, o Hamas está pronto para libertar todos os reféns como parte de um acordo de troca de prisioneiros, desde que haja garantias de fim da guerra, retirada das forças israelenses de Gaza e liberação da entrada de ajuda humanitária. Ele afirmou ainda que Israel estaria impedindo o avanço nas negociações, ao não cumprir compromissos assumidos anteriormente.

Conforme o portal israelense Ynet, uma nova proposta foi apresentada ao Hamas, incluindo a libertação de dez reféns vivos em troca de garantias dos Estados Unidos de que Israel iniciará negociações para uma segunda fase do cessar-fogo.

Durante a primeira trégua, entre 19 de janeiro e 17 de março, foram libertados 33 reféns — incluindo oito mortos — e cerca de 1.800 prisioneiros palestinos foram soltos por Israel.

As conversas atuais enfrentam impasses relacionados ao número de reféns que devem ser libertados e à exigência de garantias internacionais. Al-Nounou também declarou que o Hamas não aceitará desarmar suas forças, contrariando uma das exigências de Israel. “As armas da resistência não estão em negociação”, afirmou.

No lado israelense, o Fórum das Famílias de Reféns criticou a ideia de uma libertação em fases, classificando a proposta como inadequada e reiterando a exigência de retorno imediato de todos os reféns. “O Estado de Israel tem a obrigação de trazer todos de volta”, afirmou a entidade.

O conflito atual teve início em 7 de outubro de 2023, com um ataque do Hamas ao sul de Israel que resultou na morte de 1.218 pessoas e no sequestro de 251, das quais 58 ainda estariam em cativeiro, segundo o Exército de Israel. O mesmo informe militar indica que 34 dessas pessoas já estariam mortas.

Desde a retomada das operações militares em 18 de março, ao menos 1.574 palestinos foram mortos, elevando o total de mortes em Gaza para 50.944 desde o início da ofensiva israelense, segundo o Ministério da Saúde do Hamas.

União Europeia anuncia pacote de ajuda financeira à Palestina

Também nesta segunda-feira, a União Europeia anunciou um pacote de € 1,6 bilhão em apoio à Palestina até 2027, com o objetivo de reforçar a Autoridade Palestina e viabilizar ações de estabilização da Cisjordânia e da Faixa de Gaza. A informação foi confirmada pela chefe da diplomacia do bloco, Kaja Kallas.

Do montante total, € 620 milhões serão transferidos diretamente ao orçamento da Autoridade Palestina, enquanto € 576 milhões serão aplicados em projetos econômicos condicionados a melhorias futuras nas condições locais. Outros € 400 milhões serão disponibilizados em forma de empréstimos via Banco Europeu de Investimentos.

A Comissão Europeia também pretende estabelecer uma plataforma para coordenação de doações internacionais, com foco em ampliar o apoio à população palestina. O objetivo, segundo Kallas, é reforçar a Autoridade Palestina como parte de uma solução baseada em dois Estados.

O primeiro-ministro palestino, Mohammed Mustafa, participa de reuniões com ministros dos 27 países da União Europeia para apresentar propostas e reformas exigidas como condição para a liberação dos recursos. Kallas afirmou que mudanças nas áreas administrativas e sociais já estão em andamento.

Diversos chanceleres europeus defenderam a retomada do cessar-fogo e a ampliação do acesso humanitário à população de Gaza. O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noël Barrot, declarou que é necessário retomar o cessar-fogo, permitir a entrada de ajuda e libertar os reféns.

*Com informações da RFI.


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