ONU condena escalada da violência em Gaza após fim do cessar-fogo entre Israel e Hamas

Mais de mil pessoas foram mortas desde o reinício dos ataques em 18 de março de 2025.
Mais de mil pessoas foram mortas desde o reinício dos ataques em 18 de março de 2025.

A Organização das Nações Unidas (ONU) condenou publicamente o aumento da violência na Faixa de Gaza após o colapso do cessar-fogo entre Israel e Hamas, ocorrido em 18 de março de 2025. Segundo estimativas, mais de mil pessoas foram mortas desde a retomada das hostilidades.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, expressou preocupação com o agravamento do conflito. Em mensagem lida por seu porta-voz, Stéphane Dujarric, Guterres afirmou estar chocado com o ataque das Forças de Defesa de Israel a um comboio médico e de emergência, realizado em 23 de março, que resultou na morte de 15 trabalhadores humanitários em Rafah, no sul de Gaza.

De acordo com o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha), o total de profissionais humanitários mortos em Gaza desde outubro de 2023 chega a 408, incluindo 280 funcionários da ONU. Nos últimos dois dias, bombardeios e incursões terrestres intensificaram a destruição e causaram o deslocamento forçado de mais de 100 mil palestinos.

O secretário-geral também destacou que a resolução 2735 do Conselho de Segurança da ONU rejeita qualquer tentativa de mudança demográfica ou territorial na Faixa de Gaza. Guterres manifestou preocupação com declarações que incentivam a ocupação de territórios adicionais sob justificativa de segurança nacional por parte de Israel.

O comissário-geral da Agência da ONU para Refugiados Palestinos (Unrwa), Philippe Lazzarini, relatou o bombardeio de um prédio da agência em Jabalia, no norte de Gaza, que anteriormente funcionava como centro de saúde. O edifício estava danificado desde o início da guerra e abrigava cerca de 700 pessoas deslocadas, incluindo nove crianças, uma delas com apenas duas semanas de vida. Mesmo após o ataque, muitas famílias permanecem no local, sem alternativa de abrigo.

Segundo a ONU, mais de 300 edifícios da organização foram destruídos ou danificados desde o início do conflito, apesar das coordenadas terem sido comunicadas às partes envolvidas. A estimativa é que mais de 700 civis tenham morrido enquanto buscavam proteção em instalações da ONU.

Lazzarini afirmou que instalações da Unrwa foram supostamente usadas por grupos armados palestinos, como o Hamas, e por forças israelenses, o que contribui para a violação de normas humanitárias. Segundo ele, o cenário representa um desrespeito sistemático ao direito internacional.

O diretor interino do Ocha, Jonathan Whittall, classificou a situação em Gaza como uma “guerra sem fronteiras e sem limites”, alertando que 64% do território está sob ordens de deslocamento forçado ou incluído na zona tampão estabelecida por Israel. Ele também relatou o fechamento de todas as padarias apoiadas pelo Programa Mundial de Alimentos, a destruição de mercados e a morte de trabalhadores humanitários.

Whittall conclamou os Estados-membros da ONU a utilizarem sua influência política e econômica para garantir o cumprimento do direito internacional, promover um novo cessar-fogo, assegurar o fim dos ataques contra civis e viabilizar a libertação de reféns ainda mantidos por grupos armados.

*Com informações da ONU News.


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