O papa Francisco concluiu 12 anos de pontificado marcados por reiteradas manifestações contra guerras em diversas regiões do mundo. O líder da Igreja Católica denunciou ao longo de seu papado os conflitos na Faixa de Gaza e na Ucrânia, além de se posicionar sobre as guerras no Sudão, Congo, Líbano, Iêmen e Síria.
Durante a celebração da Páscoa no domingo (20/04/2025), o papa voltou a pedir pelo fim da guerra na Ucrânia e por um cessar-fogo em Gaza. As mensagens ocorreram dias após seu último contato telefônico com a paróquia da Igreja da Sagrada Família, localizada no território palestino.
Em declarações anteriores, Francisco criticou ações militares em Gaza e pediu a entrada de ajuda humanitária, impedida por forças israelenses. Também questionou publicamente a proporcionalidade das operações realizadas por Israel, sugerindo que a comunidade internacional avaliasse se tais ações configuram genocídio contra o povo palestino.
O padre Gabriel Romanelli, responsável pela paróquia de Gaza, relatou o conteúdo da última ligação feita pelo papa, no sábado (19/04). Segundo Romanelli, o pontífice pediu orações e apelou pelo fim imediato dos bombardeios, pela libertação de reféns e prisioneiros e pela retomada do fluxo de suprimentos básicos à população civil.
Na Ucrânia, o papa e o Vaticano mantiveram contatos diplomáticos com autoridades de ambos os lados do conflito. O objetivo das tratativas foi buscar a interrupção das hostilidades, a realização de trocas de prisioneiros e o estabelecimento de tréguas humanitárias.
Em novembro de 2022, antes do primeiro aniversário da guerra na Ucrânia, Francisco declarou que a escalada do confronto indicava o início de uma nova guerra mundial. Ele apontou a indústria armamentista como um dos principais fatores para a persistência dos conflitos, afirmando que a necessidade de manutenção de poder por impérios em decadência impulsiona ações militares.
As encíclicas papais também abordaram o tema dos conflitos armados. Em outubro de 2024, Francisco publicou documento em que advertiu sobre os impactos das guerras na integridade moral da humanidade. No texto, o papa criticou a indiferença internacional diante das guerras e mencionou o sofrimento de avós que perderam netos e residências como evidência de uma sociedade “sem coração”.
Na encíclica Laudato Si’, de 2015, o pontífice já alertava que a escassez de recursos poderia gerar novos confrontos armados, disfarçados de reivindicações legítimas. A previsão alinhava-se a seus posteriores posicionamentos sobre o avanço de guerras regionais ao longo da década.
O papa Francisco faleceu na manhã de segunda-feira (21/04/2025), aos 88 anos, no Vaticano. A causa da morte não foi divulgada oficialmente até o momento. O Vaticano confirmou que o pontífice foi assistido por médicos e recebeu os sacramentos finais.
*Com informações da Agência Brasil.
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