Papa Francisco reiterou apelos contra conflitos armados ao longo de seu pontificado

Durante 12 anos de pontificado, o papa Francisco se manifestou contra conflitos armados em Gaza, Ucrânia e outras regiões. Seus posicionamentos envolveram apelos à diplomacia, denúncias de desproporcionalidade militar e alertas sobre a erosão ética da sociedade diante da guerra. O papa faleceu em 21 de abril de 2025, no Vaticano, aos 88 anos.
Papa Francisco reiterou apelos contra conflitos armados

O papa Francisco concluiu 12 anos de pontificado marcados por reiteradas manifestações contra guerras em diversas regiões do mundo. O líder da Igreja Católica denunciou ao longo de seu papado os conflitos na Faixa de Gaza e na Ucrânia, além de se posicionar sobre as guerras no Sudão, Congo, Líbano, Iêmen e Síria.

Durante a celebração da Páscoa no domingo (20/04/2025), o papa voltou a pedir pelo fim da guerra na Ucrânia e por um cessar-fogo em Gaza. As mensagens ocorreram dias após seu último contato telefônico com a paróquia da Igreja da Sagrada Família, localizada no território palestino.

Em declarações anteriores, Francisco criticou ações militares em Gaza e pediu a entrada de ajuda humanitária, impedida por forças israelenses. Também questionou publicamente a proporcionalidade das operações realizadas por Israel, sugerindo que a comunidade internacional avaliasse se tais ações configuram genocídio contra o povo palestino.

O padre Gabriel Romanelli, responsável pela paróquia de Gaza, relatou o conteúdo da última ligação feita pelo papa, no sábado (19/04). Segundo Romanelli, o pontífice pediu orações e apelou pelo fim imediato dos bombardeios, pela libertação de reféns e prisioneiros e pela retomada do fluxo de suprimentos básicos à população civil.

Na Ucrânia, o papa e o Vaticano mantiveram contatos diplomáticos com autoridades de ambos os lados do conflito. O objetivo das tratativas foi buscar a interrupção das hostilidades, a realização de trocas de prisioneiros e o estabelecimento de tréguas humanitárias.

Em novembro de 2022, antes do primeiro aniversário da guerra na Ucrânia, Francisco declarou que a escalada do confronto indicava o início de uma nova guerra mundial. Ele apontou a indústria armamentista como um dos principais fatores para a persistência dos conflitos, afirmando que a necessidade de manutenção de poder por impérios em decadência impulsiona ações militares.

As encíclicas papais também abordaram o tema dos conflitos armados. Em outubro de 2024, Francisco publicou documento em que advertiu sobre os impactos das guerras na integridade moral da humanidade. No texto, o papa criticou a indiferença internacional diante das guerras e mencionou o sofrimento de avós que perderam netos e residências como evidência de uma sociedade “sem coração”.

Na encíclica Laudato Si’, de 2015, o pontífice já alertava que a escassez de recursos poderia gerar novos confrontos armados, disfarçados de reivindicações legítimas. A previsão alinhava-se a seus posteriores posicionamentos sobre o avanço de guerras regionais ao longo da década.

O papa Francisco faleceu na manhã de segunda-feira (21/04/2025), aos 88 anos, no Vaticano. A causa da morte não foi divulgada oficialmente até o momento. O Vaticano confirmou que o pontífice foi assistido por médicos e recebeu os sacramentos finais.

*Com informações da Agência Brasil.


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