Pedra Ferrada: Marco histórico da disputa pela sede de Feira de Santana

Inscrição em rocha simboliza conflito político entre duas lideranças do século XIX.
Inscrição em rocha simboliza conflito político entre duas lideranças do século XIX.

A Pedra Ferrada, localizada no caminho para o distrito de Maria Quitéria, registra um episódio histórico da disputa entre o médico Macário Cerqueira e o coronel Quitiliano Martins da Silva pela definição da sede do município de Feira de Santana. O embate ocorreu no século XIX e resultou na elevação do então Arraial de Santana da Feira à categoria de vila, consolidando sua importância política e econômica.

A pedra apresenta a inscrição “Q. M. S.”, associada ao coronel Quitiliano Martins da Silva, que defendia a instalação da sede municipal em São José das Itapororocas, atual distrito de Maria Quitéria. O médico Macário Cerqueira, por sua vez, argumentava que a sede deveria ser estabelecida no Arraial de Santana da Feira, que já se destacava pelo comércio e pela tradicional feira de gado.

A disputa tomou forma a partir do envio de um documento ao Imperador Dom Pedro I, solicitando a criação do município, desmembrando-o da Vila de Nossa Senhora do Rosário do Porto de Cachoeira. O pedido foi analisado pelo Conselheiro Geral da Província, resultando na autorização, conforme edital assinado em 9 de maio de 1833 pelo presidente da província, Joaquim Pinheiro de Vasconcelos.

A decisão de transferir a sede municipal para o Arraial de Santana da Feira contrariou o coronel Quitiliano Martins da Silva, que decidiu registrar sua insatisfação fixando a Pedra Ferrada no caminho para São José das Itapororocas. A rocha permaneceu no local como um símbolo da disputa política que marcou a formação do município.

A pedra, embora deslocada de sua posição original, ainda representa um marco da história da cidade. O episódio evidencia a relevância da disputa pelo poder municipal e o impacto das decisões imperiais na configuração territorial de Feira de Santana.


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