Em movimento conjunto, vereadores de diferentes partidos apresentaram a indicação de número 768/2025 solicitando ao governador Jerônimo Rodrigues que o Centro de Convenções de Feira de Santana receba o nome do cantor e compositor Carlos Pitta, falecido no início de 2025. A proposta foi aprovada na Câmara Municipal e enviada ao Executivo Estadual.
A iniciativa é assinada por parlamentares da base governista e da oposição: Silvio Dias (PT), Edvaldo Lima (UB), Eli Ribeiro (Republicanos), Eremita Mota (PP), Galeguinho SPA (UB), Gean Caverna (Podemos), Ismael Bastos (PL), Professor Ivamberg (PT), Jorge Oliveira (PRD) e José Carneiro (UB). A justificativa afirma que o artista “foi uma referência na cultura regional e nacional, com contribuições relevantes à música nordestina”.
Carlos Pitta nasceu em Feira de Santana em 3 de março de 1955. Ao longo de mais de 40 anos, desenvolveu carreira artística marcada por composições que exploraram ritmos tradicionais como xote, forró, frevo e MPB. Formado em Composição e Regência pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), lançou o primeiro disco em 1979, intitulado Águas do São Francisco – Lendas. Em seguida, produziu álbuns como Coração de Índio (1982), Brisa (1984), Tapete Mágico (1990) e Dançando Forró (1996).
Na proposta legislativa, os vereadores destacam que o artista mantinha forte ligação com a cidade natal, expressa em canções como Todos os caminhos passam em Feira de Santana e Princesa Sertaneja. Também é lembrada a gravação do Hino à Feira, de Georgina Herismann, cuja partitura original foi doada por ele ao município.
Além da atuação musical, Carlos Pitta trabalhou como jornalista e apresentador do programa “Viver Cultura”, na TVE Bahia, com foco na divulgação de artistas e manifestações culturais. Também escreveu para o Jornal da Bahia. Sua trajetória incluiu parcerias e apresentações com nomes como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Elba Ramalho, Dominguinhos, Alcione, Daniela Mercury e Carlinhos Brown, além de participações em festivais internacionais de jazz, em países como Suíça e Alemanha.
O falecimento de Pitta ocorreu em 7 de janeiro de 2025, aos 69 anos, em Salvador, devido a complicações relacionadas à diabetes. O fato gerou manifestações públicas de pesar de instituições como o Governo da Bahia, a Secretaria de Cultura e entidades artísticas.
Na indicação, os vereadores ressaltam que a homenagem busca reconhecer a contribuição de Pitta para a cultura regional, especialmente pelo papel desempenhado na valorização da música nordestina e da identidade local. Ao sugerir que seu nome seja adotado no Centro de Convenções, o objetivo é “perpetuar a memória de um artista cuja trajetória esteve intimamente ligada à cidade”, afirmam os autores do documento.
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