O bloqueio total à entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza completou dois meses com todas as passagens fronteiriças fechadas por autoridades israelenses desde o fim do cessar-fogo. Segundo o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha), o território enfrenta o pior cenário desde o início do conflito.
De acordo com a porta-voz do Ocha, Olga Cherevko, os estoques de alimentos estão esgotados, o acesso à água potável foi interrompido e os hospitais operam sem reservas de sangue. Relatos indicam que crianças e idosos estão buscando comida em pilhas de lixo, enquanto famílias usam resíduos como combustível para cozinhar. A porta-voz também mencionou que pessoas em chamas não puderam ser socorridas por falta de água após explosões.
O Patient Friends Hospital, unidade pediátrica localizada na Cidade de Gaza, foi atingido repetidamente durante o conflito, agravando a crise no sistema de saúde local. A falta de combustível e energia coloca em risco o funcionamento de instalações médicas e abrigos temporários. Segundo Cherevko, 420 mil pessoas foram deslocadas no último mês e meio, muitas delas sem pertences e atingidas durante o deslocamento.
O subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, Tom Fletcher, fez um apelo direto às autoridades israelenses na quinta-feira (02/05/2025), exigindo o fim do bloqueio e a libertação dos reféns capturados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023. Fletcher enfatizou que a ajuda humanitária não pode ser usada como moeda de troca e reforçou que a ONU dispõe de mecanismos para impedir desvios de insumos.
O escritório da ONU para Direitos Humanos nos Territórios Palestinos destacou, no contexto do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, que a morte de jornalistas palestinos ocorre em ritmo alarmante. Desde 07 de outubro de 2023, 211 jornalistas foram mortos em Gaza, segundo dados verificados pela ONU, incluindo 28 mulheres. A Unesco confirmou a morte de pelo menos 47 profissionais de imprensa no exercício de suas funções.
O mesmo comunicado critica a recusa das Forças Armadas de Israel em permitir a entrada de jornalistas estrangeiros na Faixa de Gaza, autorizando apenas visitas controladas. O texto também aponta intimidações, detenções, ameaças, violência sexual e maus-tratos contra jornalistas locais, apontando um padrão contínuo de repressão à imprensa.
*Com informações da ONU News.
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