A loja A Cearense, fundada em 1951 por Antônio Nilzo Alves Bantim, na Rua Marechal Deodoro, tornou-se um marco do comércio de Feira de Santana, consolidando-se como referência em objetos decorativos e utilidades para o lar. Durante quase seis décadas de funcionamento, a loja conquistou a confiança da clientela, sendo um símbolo de seriedade e respeito no comércio local. Embora tenha fechado suas portas em 2010, A Cearense permanece viva na memória popular, sendo lembrada com carinho por gerações de feirenses.
Antônio Nilzo Bantim, natural de Santana do Cariri, no Ceará, chegou a Feira de Santana em 1949, atraído pelo crescimento da cidade e pela forte migração nordestina que a tornava um polo comercial e cultural. Inicialmente, ele e sua família instalaram a fábrica de doces Iracema, mas em 1951 decidiram diversificar o negócio e abriram a loja A Cearense, especializada em objetos de louça, cristal e alumínio. A loja rapidamente se tornou popular entre as donas de casa, que procuravam itens decorativos para suas residências, especialmente jarros, copos, pratos e panelas de ferro.
A loja experimentou um crescimento substancial, com vendas significativamente impulsionadas em datas comemorativas, como o Dia das Mães, quando o fluxo de clientes aumentava consideravelmente. De acordo com Romulo Bantim, filho de Antônio Nilzo, em determinados períodos, como em 1986, a loja enfrentou uma demanda inesperada por ferros de engomar, em razão de um apagão de energia elétrica ocorrido durante o governo de José Sarney. Esse evento gerou uma escassez no fornecimento de produtos, mas, para a loja, acabou se tornando uma oportunidade única, com a procura por ferros de passar roupa aumentando exponencialmente.
Durante sua trajetória, A Cearense também se adaptou às mudanças do mercado, introduzindo novas formas de pagamento, como o uso de cadernetas e promissórias, o que permitiu uma modernização no atendimento e facilitou as transações para os clientes. O êxito da loja deve-se, em grande parte, à visão empreendedora de Antônio Nilzo Bantim, que soube, além de se adaptar às necessidades do público, construir um vínculo de confiança duradouro com a clientela. Sua liderança foi fundamental para a longevidade do negócio, que se manteve relevante por quase 60 anos.
Em 2010, após o falecimento de Antônio Nilzo Bantim, a loja fechou suas portas. Romulo Bantim, seu filho, tentou manter o legado da loja funcionando, mas, apesar dos esforços, a loja não resistiu. Romulo recorda com emoção o dia do fechamento, lembrando da insistência de clientes e empresários que tentaram convencer a família a reabrir o estabelecimento. No entanto, ele reconhece que a loja já cumpriu seu papel, tendo atendido ao público por 59 anos, e mantém viva a memória do local por meio de fotografias e recordações familiares.
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