ONU reforça apelo por solução de dois Estados entre Israel e Palestina

Secretário-geral da organização afirma que paz duradoura depende da coexistência entre os dois povos com Jerusalém como capital compartilhada.
Secretário-geral da organização afirma que paz duradoura depende da coexistência entre os dois povos com Jerusalém como capital compartilhada.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, reiterou, durante sessão do Conselho de Segurança, a necessidade urgente de retomar o caminho da solução de dois Estados como única via para uma paz duradoura entre Israel e Palestina. A declaração foi feita diante do agravamento do conflito no Oriente Médio, especialmente na Faixa de Gaza.

Em sua fala, Guterres afirmou que a coexistência pacífica entre os dois povos, com Jerusalém como capital de ambos os Estados, é essencial para uma paz “verdadeiramente sustentável”. O secretário-geral alertou que esse caminho está se distanciando rapidamente e que a comunidade internacional deve impedir a chegada a um “ponto sem retorno”.

O líder das Nações Unidas apelou por medidas irreversíveis que conduzam à implementação da solução de dois Estados. Ele também condenou ações de extremistas que, segundo ele, ameaçam os poucos avanços restantes do processo de paz. Desde os ataques cometidos pelo Hamas em 7 de outubro de 2024, a escalada da violência resultou em deterioração das condições humanitárias e de segurança na região.

Situação em Gaza e bloqueio humanitário

Durante o discurso, Guterres afirmou que Gaza foi devastada por uma sequência de ataques e operações militares e que a população local enfrenta condições de vida extremas. Ele citou que o Conselho de Segurança se posicionou contra alterações territoriais e demográficas em Gaza e reafirmou que o território deve permanecer parte de um futuro Estado palestino.

O secretário-geral denunciou que, desde o fim do cessar-fogo em 18 de março de 2025, quase 2 mil pessoas foram mortas em decorrência de ações militares israelenses. Entre as vítimas estão mulheres, crianças, jornalistas e profissionais humanitários. Guterres também se declarou alarmado com declarações de autoridades israelenses que indicam o uso da ajuda humanitária como instrumento de pressão militar.

Ajuda bloqueada e crise alimentar

A ONU destacou que Israel mantém bloqueio à entrada de suprimentos essenciais, como alimentos, combustível, medicamentos e produtos comerciais há quase dois meses. Segundo Guterres, isso tem privado mais de dois milhões de pessoas de assistência vital.

Em Genebra, a porta-voz da Unrwa, Juliette Touma, informou que mais de 5 mil caminhões com ajuda humanitária estão parados aguardando autorização para cruzar a fronteira com Gaza. Ela relatou que famílias inteiras estão dividindo uma única lata de feijão ou ervilha como refeição, evidenciando o colapso da segurança alimentar no território.

O secretário-geral também pediu o fim dos deslocamentos forçados dentro de Gaza e reiterou que qualquer tentativa de remoção forçada da população palestina contraria o direito internacional. Ele concluiu o pronunciamento afirmando que a prioridade da comunidade internacional deve ser a proteção da população civil e a restauração do processo de paz.

*Com informações da ONU News.


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