A campanha eleitoral para as eleições parlamentares antecipadas de Portugal teve início no domingo (04/05/2025), com o país enfrentando questões econômicas e migratórias. O pleito será realizado no sábado (18/05) e definirá a composição do parlamento, em um cenário político sem maioria clara desde a eleição de março de 2024.
A Aliança Democrática (AD), de centro-direita, lidera as intenções de voto com 32,5%, segundo levantamento recente. O Partido Socialista (PS), principal força de oposição, registra 27,3%, enquanto o Partido Chega (CH), de extrema direita, aparece com 17%. Este será o terceiro processo eleitoral desde janeiro de 2022.
O atual primeiro-ministro, Luís Montenegro, que assumiu após a virada à direita no início do ano, declarou não ter interesse em alianças com partidos extremistas, mas teme a repetição de um governo minoritário, o que considera um fator de instabilidade.
“Se não conseguirmos garantir a estabilidade no dia da eleição, o dia seguinte será muito mais complexo”, afirmou Montenegro, alertando o eleitorado.
Por outro lado, o líder socialista Pedro Nuno Santos acusou o atual premiê de ser ele próprio o principal foco de instabilidade no país.
PIB recua no primeiro trimestre
A campanha teve início sob o impacto da queda de 0,5% no Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal no primeiro trimestre de 2025, conforme dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística. As causas indicadas são o estancamento do consumo das famílias e a desaceleração das exportações.
Além dos fatores econômicos, o ambiente político foi afetado por um escândalo envolvendo a atuação empresarial de Montenegro, que manteve vínculos com uma empresa de consultoria registrada em nome dos filhos. A oposição tem usado o episódio para questionar a ética e a transparência do governo.
Outro elemento que impactou a confiança foi o apagão energético que atingiu a Península Ibérica no dia 29/04, prejudicando o funcionamento de serviços públicos e sendo atribuído à má gestão governamental por partidos adversários.
Medidas contra imigrantes ilegais
Para conter os desgastes e reorganizar o debate público, o governo anunciou o endurecimento das políticas de imigração. Segundo comunicado oficial, a Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) foi instruída a iniciar o processo de expulsão de 18 mil imigrantes ilegais já nesta semana.
Desse total, 4.574 estrangeiros foram notificados a retornar voluntariamente a seus países de origem no prazo de 20 dias. As autoridades não informaram quantos brasileiros estão incluídos na lista inicial. O número de brasileiros barrados em aeroportos portugueses saltou de 179 em 2023 para 1.470 em 2024, representando um aumento superior a 700%.
Atualmente, 15% da população portuguesa é composta por estrangeiros, sendo que o número de imigrantes quadruplicou desde 2017. O tema se tornou central no debate eleitoral, especialmente em razão da crise habitacional que afeta as grandes cidades.
“A corrupção e a ética, juntamente com a imigração, são temas centrais do atual debate político em Portugal, e isso dá espaço para o crescimento do Chega”, afirmou Marina Costa Lobo, cientista política portuguesa.
*Com informações da RFI.
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